domingo, 22 de dezembro de 2013

MENSAGEM DE NATAL: O BOI E O BURRO

“O boi conhece o seu dono, e o jumento o presépio do seu senhor,
mas Israel não me conheceu”
(Is. I, 3)

Foi longa a procura na noite fria. Uma porta, um pedido, uma recusa. Outra porta, outra rejeição. E de recusa em recusa, eles muito caminharam noite adentro, batendo em todas as portas, até, finalmente, obterem acolhida, em lugar onde não havia portas. Um lugar que lhes deu guarida e pousada. Hospedeiros que não recusaram dividir com eles sua morada. 

Um boi e um burro, num estábulo. 

Era a noite de Natal. 

Boi e burro foram, assim, testemunhas do maior mistério da história, naquela noite que dividiria para sempre os tempos.
Boi e burro acolheram o Criador nascendo da criatura.
Boi e burro viram Maria Santíssima dar à luz a Luz, no presépio escuro.
Boi e burro tomaram o lugar destinado aos homens, na recepção do Deus feito homem.
Boi e burro, que sempre serão lembrados em nossos presépios. Símbolos do povo eleito e dos pagãos. Mas símbolos, igualmente, da frieza do coração humano, que recusou, em sua chegada ao mundo, acolher o Menino Deus.
Em vão, Daniel previra a época exata; em vão, Miquéias apontara o lugar preciso do nascimento do Messias. Vindo ao mundo em Belém, exatamente quando cumpridas as setenta semanas de anos da profecia, o Esperado das gentes ali não encontrou nenhum dos sacerdotes ou doutores da lei, representantes do povo que elegera e a quem tanto cumulara de graças. Doutores da lei que, pouco depois, no silêncio da estrela, souberam dizer precisamente aos Magos onde e quando o grande evento se daria.
Mas ali não se fizeram presentes
.
No pequeno estábulo de Belém, além da Virgem Santíssima e do fiel São José, estava apenas o boi. E o burro.
E foi somente quando um Anjo anunciou a boa-nova aos pastores e a estrela guiou os reis, que judeus e gentios, pastores e reis magos, acorreram à gruta onde um Menino os esperava.
O Evangelho nos mostra que o futuro não seria diferente do que ocorreu em Belém. 

Durante toda a sua pregação, o Senhor não fez senão repetir o gesto do bom São José. Bater insistentemente à porta das almas, pedindo acolhida: “Eis que estou às portas e bato; se alguém ouvir minha voz e me abrir a porta, eu entrarei e cearei com ele e ele comigo” (Ap: III, 20). 

E sucederam-se as recusas: dos escribas, dos fariseus, do povo judeu, dos gentios e até mesmo, no momento culminante de Sua vida, a atroz negação de seus discípulos e apóstolos. 

De recusa em recusa, o Menino Jesus encontrara leito apenas entre as palhas do estábulo de Belém. De negação em negação, Cristo encontrou repouso no lenho da Cruz do Calvário: "Et inclinato capite tradidit spiritum" (Jo: XIX, 30). 

Ressuscitado, Jesus atravessou paredes. Mas, para penetrar nas duras muralhas do coração humano, não deixa de bater à nossa porta, esperando que a abramos, para que nasça e viva em nossas almas.
Como se o Rei dos Céus necessitasse do precário abrigo que Lhe podemos oferecer. Como se não fosse nosso o bem de Sua augusta presença. 

E hoje, como no Natal do Senhor, há muitos que sabem onde Ele está, mas não vão ao Seu encontro. Há mesmo sacerdotes que indicam caminho oposto ao de Jesus. Há alguns outros que até ensinam o correto caminho para chegar a Ele. Mas que preferem, como os doutores da lei, permanecer comodamente em Jerusalém, cuidando de seus interesses menores. E relegando Jesus ao abandono. 


*O Apostolado Defesa Católica,deseja a seus leitores internautas,um Santo Natal e que Deus possa derramar suas bençãos ao longo de mais um ano que vai se iniciar!


EDGAR LEANDRO DA SILVA-COORDENADOR.


domingo, 15 de dezembro de 2013

A LEI PODE SER MUDADA? COMENTÁRIO DE UM TEXTO ADVENTISTA-2ª E ÚLTIMA PARTE.



Prezados Irmãos e Irmãs,Pax Domini!

Em Nosso Artigo anterior,postamos aqui em nosso blog,o texto na integra enviado pelo adventista comentando sobre a questão do sábado. Hoje estaremos comentando/respondendo sobre este texto enviado por ele,para que fique claro para nossos irmãos e irmãs internautas a posição católica sobre o assunto:

- Jesus, sendo Deus, também não muda (Hebreus 12:8). Eles têm pensamento igual (João 5:19, 10:30) Ele, que guardou os mandamentos do Pai (João 15:10), observava essa lei que estava guardada em Seu coração, com agrado e prazer (Salmo 40:8) e não porque nasceu naquele regime debaixo da lei. Jesus não era legalista. Pelo Seu exemplo, também deveríamos obedecer essa lei.

Jesus era um judeu nascido sob a lei (Gálatas 4:4) e portanto obedeceu a todas as leis do Velho Testamento. Jesus foi circuncidado, ordenou a entrega de oferendas ao sacerdote, pela purificação, guardou a Páscoa, etc. (Lucas 2:21; 5:12-14; Mateus 26:18-19). Mas quando Jesus morreu, ele inaugurou a nova aliança e revogou a velha. Se o fato que Jesus guardou a Páscoa não prova que nós também deveríamos guardá-la, então o fato que Jesus guardou o sábado não prova que nós deveríamos guardá-lo também.
Jesus no entanto afirmou que " o Sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do Sábado” de que o Filho do homem é o Senhor também do Sábado."( Mc. 2:27,28 ).

- Os textos de Mateus 5:17-18 e Lucas 16:17 dizem que nem um til da lei deveria passar (terminar, ser mudado). Esses textos citados não dão a ideia de que a lei poderia ser mudada depois de um tempo definido, mas dão a ideia de que a lei é eterna. A Igreja Católica também concorda nisso, na perpétua guarda da Lei Antiga:
“O Sermão do Senhor, longe de abolir ou desvalorizar as prescrições morais da Lei Antiga, dela haure as virtualidades ocultas, faz surgir novas exigências e revela sua verdade divina e humana”. (Catecismo Católico, Edição Típica Vaticana - 1968, pág 521)

”[A lei] Oferece um ensinamento que subsiste para todo o sempre, como a Palavra de Deus”. (1964, pág 519)

Há um pequeno mal entendido aqui,neste dois trechos do ensinamento da Igreja com relação á Antiga Lei.
Vejamos o que diz por exemplo São Paulo:
“Tal é a convicção que temos em Deus por Cristo.Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento,como de nós mesmos.Nossa capacidade vem de Deus.Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança,não da letra e sim do Espírito.porque a letra mata,e o Espírito vivifica”(2 Cor 3,4-6,grifos meus)
Percebam amados Irmãos que o que foi revogado na Cruz foi a Letra da Lei Antiga e não o seu Espírito. Por isso o Cristianismo é o fiel cumprimento do Judaísmo,não segundo a Letra,mas segundo o Espírito.E este justamente o que a Igreja Católica ensina em seus Catecismos no que diz respeito á Guarda do Domingo ao Invés do Sábado.
O Concílio Vaticano II: mencionou a observância do Domingo, além de citar o costume e tradição que exerce o domingo junto aos fiéis.

“Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os »regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (1 Pedr. 1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso.” (Constituição Conciliar Sacrosantium Conclilium, Vaticano II: nº. 106;

O Domingo, «Dia do Senhor», é o dia principal da celebração da Eucaristia, porque é o dia da ressurreição. É o dia por excelência da assembleia litúrgica, o dia da família cristã, o dia da alegria e do descanso do trabalho.” (CIC, nº 1193).

Imutabilidade da Lei, tendo como base específica sobre o dia de guarda imutável:
- O sábado foi instituído no Éden e lá guardada por Adão e Eva (Gên2:1-3), quando nem pecado existia ainda. O propósito da salvação de Jesus é trazer o Éden de volta, restabelecer tudo o que era ‘muito bom’ (Gen1:31) de lá, incluindo a guarda do sábado.

Às vezes, os adventistas mostram que Deus descansou no sétimo dia da criação (Gênesis 2:1-3). E daí eles deduzem que aos homens foi ordenado que guardassem o sábado desde o tempo da criação. Mas nenhuma passagem afirma isso.

Gênesis 2 mostra que Deus descansou no sétimo dia, mas não ordena que os homens guardem o sétimo
dia. De fato, a Bíblia nunca ordenou aos gentios que guardassem o sábado ­somente os judeus ­ desde o tempo de Moisés até Cristo.

- Se essa lei tivesse sido mudada, esse assunto teria sido muito debatido nas cartas à comunidade judaica e aos gentios. Se o domingo fosse o novo sábado, isso estaria registrado na Bíblia. Mas não há registros da troca, muito menos polêmica sobre esse assunto nas Escrituras. “Todavia podeis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do sábado, dia que nós nunca santificamos.” (GIBBONS, J. (1880). The Faith of Our Fathers: Plain Exposition and Vindication, 16.ª ed., Baltimore: Published by John Murphy & CO., chap. VIII, p. 111; (James Gibbons, arcebispo de Baltimore).


Os cristãos guardam o dia de Domingo (Domingo vem do latim "Dominus, "Senhor"), o Dia do Senhor, e não o sábado dos judeus. Este dia é guardado porque foi nele que Cristo ressuscitou, nele que Cristo recriou o mundo após haver passado o sábado libertando os justos presos no Inferno (Mt 28,1; Mc 16,2; 16,9; Lc 24,1; Jo 20,1). Cristo é o Senhor do Sábado, maior que o sábado e com poder de modificá-lo à vontade (Mc 2,28).
Foi também no domingo que o Senhor apareceu aos discípulos pela primeira vez (Jo 20,19) e no domingo seguinte, oito dias depois, a São Tomé (Jo 20,26).
Sempre foi no domingo, e não no sábado, que os discípulos se reuniram, como podemos ver em At 20,7 e 1Cor 16,2.
Foi igualmente no domingo que São João recebeu o livro do Apocalipse (Ap 1,10)

- Paulo foi acusado de pertencer a uma seita, pois cria em ‘tudo quanto está escrito na lei e nos profetas’ (Atos 24:14), incluindo a lei moral presente no Pentateuco. Por isso, os observadores do sábado fazem das palavras de Paulo as suas.

*As Escrituras não ensinam que são Paulo guardava o sábado.Havia um número de ocasiões em que Paulo ensinou em sinagogas, no sábado (Atos 18:4, por exemplo). O sábado era o dia quando as pessoas se juntavam na sinagoga e
Paulo aproveitou-se dessas oportunidades para ensinar muitas pessoas
Mas a ida de Paulo às sinagogas, para ensinar no sábado, não prova que ele guardou o sábado como um dia santo de descanso.

- Jesus disse aos judeus que eles seriam perseguidos e que devessem orar para que suas fugas não ocorressem no sábado (Mateus 24:20). Isso é uma evidência de que o mandamento do sábado estaria ainda em vigor, como dia especial entre os judeus e cristãos, durante as décadas mesmo depois da partida de Jesus.

Jesus estava considerando a iminente destruição de Jerusalém. Ele deu aos seus discípulos o sinal pelo qual eles poderiam saber quando a hora de fugir houvesse chegado. E ele os aconselhou a orar para que sua fuga não viesse em um tempo difícil. Havia várias razões porque seria mais difícil fugir no sábado. Normalmente, os judeus trancavam as portas da cidade no sábado, e poderiam ser impedidos em sua fuga por judeus fanáticos; o sábado dificultaria a capacidade dos cristãos para comprar os mantimentos necessários para a fuga. Quando Jesus os avisou para que orassem para que a
fuga não fosse num dia de sábado ou no inverno, ele não estava admitindo que os cristãos deveriam guardar o sábado, mais do que deveriam guardar o inverno.

O sábado era só para os judeus.

- O domingo passou a ser observado por alguns somente depois de séculos da ressurreição de Jesus.

Isso não é verdade. A Igreja Católica começou a guardar o domingo(como muitos outros cristãos e não alguns) em vez do sábado, Desde o período apostólico, basta ler At 15,1-34: o que é proibido aos cristãos provindos da cultura não-judaica? O versículos 28-29 respondem claramente: "De fato, pareceu bem ao *Espírito Santo e a nós* não vos impor nenhum outro peso além destas coisas *necessárias*: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das uniões ilegítimas. Fareis bem preservando-vos destas coisas. Passai bem". Cadê a referência à guarda do sábado? Há tempos que já se sabia da existência do confronto entre os cristãos judaizantes e os cristãos gentios, sendo certamente a observância do sábado um dos pontos controvertidos (cf. vers. 5: "impor-lhes a observância da Lei de Moisés").
Mas por que os Apóstolos, inspirados pelo Divino Espírito Santo, também não acharam necessário obrigar os cristãos gentios a guardarem o sábado? Simples: porque nem mesmo eles estavam ainda observando o sábado para o culto, mas sim o domingo, conforme vemos, p.ex., em At 20,7 e 1Cor 16,2.
Instruídos pelos Apóstolos, os primeiros cristãos também guardaram o domingo.
São testemunhas dessa verdade, entre outras:
- Didaqué (~ 70 dC): "Reunidos cada dia do Senhor, parti o pão e dai graças, depois de terdes confessado os pecados para que o vosso sacrifício seja puro". - Qual é o "dia do Senhor"? Veja At 20,7!
- Santo Inácio de Antioquia (~ 85 dC): "Por isso, os que se criaram na antiga ordem das coisas vieram à novidade da esperança, não guardando o sábado, mas vivendo segundo o domingo, dia em que também amanheceu a nossa vida" (Epístola aos Magnésios, 9).
- Epístola de Barnabé (~ 95 dC): "Portanto, nós guardamos o oitavo dia para O celebrar. Nesse dia, Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus".
- São Justino Mártir (~ 150 dC): "Mas o domingo é o primeiro dia em que todos celebramos a nossa assembléia comum, porque é o primeiro dia em que Deus, tendo realizado uma mudança nas trevas e na matéria, fez o mundo, e Jesus Cristo, nosso Salvador, foi nesse mesmo dia que ressuscitou dentre os mortos" (1Apologia, 67).
Repare nos testemunhos acima a harmonia que une firmemente o domingo com a ressurreição de Cristo, que é, de longe, o fato mais importante para toda a humanidade, pois "se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação, e também vã é a vossa fé" (1Cor 15,14).


- Não há na Bíblia nem indícios de que a lei poderia ser ou foi mudada por ação divina. A mudança dessa lei foi clara e diretamente feita pela Igreja Católica, e não por nenhuma divindade. Ela confirma isso. A autoridade defendida para a mudança ter sido feita é de origem humana, altiva (querendo ser Deus), política (foi mudada para agradar pagãos) e sectária (foi mudada para desvalorizar costumes de origem judaica).

*bem,neste trecho existe algumas questões que precisam ser melhores esclarecidas.Primeiramente de acordo com o ensino do Catecismo Romano:o preceito de observar o sábado no que se refere á determinação do tempo,não é fixo nem perpétuo mas é passível de mudança,não pertence aos preceitos morais,mas antes ás prescrições cerimoniais.Não faz parte tampouco da lei natural,porque não é a natureza que nos ensina e move a render culto neste externo a deus neste dia,de preferência a outro qualquer,o próprio povo de Israel só começou a celebrar o dia de sábado,a partir do tempo em que foi libertado da escravidão do faraó(Catecismo Romano)
Logo meus caros irmãos,notem que nesta clara explicação do Catecismo da igreja,Mostram que o dia de sábado é sim passível de mudança e não é fixo como muitos pensam...a Mudança não foi feita,pela Igreja,ou seja “mudou porque quis mudar”. Sobre a questão da mudança ter sido política para agradar pagãos,isso também não é verdade.e muito menos para desvalorizar costumes dos judeus...

“(…) O sábado, o mais glorioso dia da lei, foi modificado para o ‘dia do Senhor’. (…) Estes e outros assuntos similares não cessaram em virtude dos ensinamentos de Cristo (pois Ele declarou que não veio para destruir a lei e sim para cumpri-la), mas foram modificados pela autoridade da Igreja.” (Gaspare [Ricciulli] de Fosso, pronunciamento na 17.ª Sessão do Concílio de Trento (18 de janeiro de 1562)

De fato! A Igreja modificou o dia de sábado para o Domingo,pelas claras explicações aqui já apontadas! e é bom lembrar também que a Igreja Católica é maior do que a Bíblia,e não contrário! A Bíblia é apenas sua filha.Logo mais do que nunca a Igreja tem autoridade sobre ela.

- Os ‘dias de festas’ adicionados à guarda do domingo também não são observados pelos cristãos na Bíblia. Nem ao menos a expressão ‘dias de festas’ está escrita em Êxodo 20. Independentemente das razões para estarem agora no decálogo católico, o fato é que foram acrescentados. A lei, portanto, foi alterada.

Isso também não é verdade. ,Assim como na Antiga Lei,eram os sábados  e outros dias particularmente solenes para o povo judeu,na Lei Nova,são os Domingos e outras festividades estabelecidas pela Igreja de Nosso Senhor,como por exemplo a Festa de Pentecostes(At 2,1-4)

- O mandamento do domingo é uma ofensa a Deus por causa do modo como deve ser observado. Lendo o Catecismo Romano, percebe-se que a sua guarda é tratada com muita negligência e sem compromisso sério.Chega quase a ser opcional na prática, um desleixo liberado.

Isso não é verdade! Se assim fosse a Igreja não perderia seu tempo em explicar a importância da guarda do Domingo...

E esse é um dos motivos que mostram que é mais confiável guardar o sábado do jeito como é ensinado na Bíblia, do que guardar o domingo, cuja observância não tem instrução bíblica. 

Biblicamente tem sim Instrução,como já provamos ao longo deste artigo...

Por outro lado, se a solenidade do sábado foi realmente transferida para o domingo, esse dia, então, não deveria ser guardado da mesma maneira que o sábado era observado (já que a única coisa mudada foi o dia)?

A Resposta a esta Pergunta,é Não! Isso porque como já explicamos aqui, um dos principais motivos é que O Sábado era restrito ao Povo Judeu,diferente do Domingo,que deve ser guardado por todo bom Cristão.

Argumento principal:

- Por causa do que a Bíblia claramente mostra, a Igreja Católica teve que confessar/reconhecer que os dez mandamentos são realmente imutáveis. Ela não teve como fugir dessa verdade. O problema nisso é que esse decálogo que ela confirma ser imutável já é o mudado por ela, já é aquele que ela transfigurou no passado, o que ela mudou primeiro. Ou seja: ela muda o decálogo e depois diz que o mudado é o que vale para sempre, imutável.

No Catecismo Católico, da Edição Típica Vaticana, é dito que: “[os dez mandamentos] São essencialmente imutáveis e sua obrigação vale sempre e em toda parte” (2072, pág 546)

Bem,neste trecho,é preciso desfazer mais uma mal entendido:Quando a Igreja fala de mandamentos imutáveis,ela não está querendo dizer,que o sábado não poderia ser modificado pelo Domingo,isso porque de acordo com o que a mesma já explicou no passado no Catecismo Romano,continua sendo válido para hoje e sempre. Ela ao falar que os mandamentos são essencialmente imutáveis ela esta se referindo ao Domingo e não ao Sábado,que poderia sim,ser alterado e assim o foi pela mesma,que tem autoridade para isso.é interessante notar que no mesmo Catecismo,antes deste trecho diz o seguinte:

“O Domingo, «Dia do Senhor», é o dia principal da celebração da Eucaristia, porque é o dia da ressurreição. É o dia por excelência da assembleia litúrgica, o dia da família cristã, o dia da alegria e do descanso do trabalho.” (CIC, nº 1193,destaques são nossos)

Será que resta dúvida de que a Igreja no trecho acima,não estaria se referindo ao Domingo,dia do Senhor como um dos Dez mandamentos,ao invés do Sábado?

Além do que o Próprio Concílio Vaticano II (atual Concílio da Igreja) também afirmou que:

“Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os »regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (1 Pedr. 1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso.” (Constituição Conciliar Sacrosantium Conclilium, Vaticano II: nº. 106;(Grifos nossos)

Logo com esta clara explicação,mais do que nunca o Catecismo da Igreja,segue o que determina não só o Concílio Vaticano II,mais também o que a Igreja Católica,sempre ensinou se tratando da Guarda do Domingo.
*Esperamos que com esta Resposta,tenhamos deixado claro para nossos irmãos e irmãs a nossa clara explicação e defesa da guarda do domingo invés do Sábado.

Ad Majorem Dei Gloriam,

EDGAR LEANDRO DA SILVA-COORDENADOR

domingo, 8 de dezembro de 2013

CARTA ENCÍCLICA AUGUSTISSIMAE VIRGINIS MARIAE


CARTA ENCÍCLICA
AUGUSTISSIMAE VIRGINIS MARIAE
DE SUA SANTIDADE
PAPA LEÃO XIII



A todos os Veneráveis Irmãos Patriarcas,
Primazes, Arcebispos, Bispos do Orbe Católico
em graça e comunhão com a Sé Apostólica,
sobre o Rosário de Nossa Senhora.

Veneráveis Irmãos, Saúde e Bênção Apostólica.



Exortação à devoção para com Maria



1.       Quem quer que considere o grau sublime de dignidade e de glória a que Deus elevou a augustíssima Virgem Maria, facilmente pode compreender que vantagem traz à vida pública e privada o contínuo desenvolvimento e a sempre mais ardente difusão do seu culto. De fato, Deus escolheu-a desde a eternidade para vir a ser Mãe do Verbo, que se encarnaria; e, por este motivo, entre todas as criaturas mais belas na ordem da natureza, da graça e da glória, Ele a distinguiu com privilégios tais, que a Igreja com razão aplica a ela aquelas palavras: "Saí da boca do Altíssimo, primogênita antes de toda criatura" (Ecli. 24, 5). Quando, pois, se iniciou o curso dos séculos, aos progenitores do gênero humano, caídos na culpa, e aos seus descendentes, contaminados pela mesma mancha, ela foi dada como penhor da futura reconciliação e da salvação.



2.       Depois, o Filho de Deus, por sua vez, fez sua santíssima Mãe objeto de evidentes demonstrações de honra. De feito, durante a sua vida privada, Ele escolheu-a como sua cooperadora nos dois primeiros milagres por Ele operados. O primeiro foi um milagre de graça, e teve lugar quando, à saudação de Maria, a criança exultou no seio de Isabel; o segundo foi um milagre na ordem da natureza; e teve lugar quando, nas bodas de Caná, Cristo transformou a água em vinho. Chegado, depois, ao termo da sua vida pública, quando estava em via de estabelecer e selar com o seu sangue divino o Novo Testamento, Ele confiou-a ao seu Apóstolo predileto, com aquelas suavíssimas palavras: "Eis aí tua mãe!" (Jo. 19, 27).




Portanto, Nós, que, embora indignamente, representamos na terra Jesus Cristo, Filho de Deus, enquanto tivermos vida nunca cessaremos de promover a glória dela. E, como sentimos que, pelo peso grande dos anos, a Nossa vida não poderá durar ainda muito, não podemos deixar de repetir a todos os Nossos filhos e a cada um deles em particular as últimas palavras que Cristo nos deixou como testamento, enquanto pendia da cruz: "Eis aí tua Mãe!". Oh! como nos consideraríamos felizes se as Nossas recomendações chegassem a fazer com que cada fiel não tivesse na terra nada mais importante ou mais caro do que a devoção a Nossa Senhora, e pudesse aplicar a si mesmo as palavras que João escreveu de si: "O discípulo tomou-a consigo" (Jo. 19, 27).

4.       Ora, ao aproximar-se o mês de Outubro, não queremos que, nem também este ano, Veneráveis Irmãos, vos falte uma Nossa Carta, para, com o ardor de que somos capazes, recomendar de novo a todos os católicos quererem ganhar para si mesmos e para Igreja, tão trabalhada, a proteção da Virgem, com a recitação do Rosário. Prática esta que, no descambar deste século, por divina disposição se tem maravilhosamente afirmado, para despertar a esmorecida piedade dos fiéis; como claramente atestam notáveis templos e célebres santuários dedicados à Mãe de Deus.

5.        

4. Depois de havermos dedicado a esta divina Mãe o mês de Maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também, com afeto de singular piedade, o mês de Outubro, que é mês dos frutos. De feito, parece justo dedicar estes dois meses do ano àquela que disse de si: "As minhas flores tornaram-se frutos de glória e de riqueza" (Ecli. 24, 23).



A Confraria do Rosário



6.       O espírito de associação, fundado na própria índole da natureza humana, talvez nunca tenha sido tão vivo e universal como agora. E certamente ninguém condenaria isto; se muitas vezes essa naturabilíssima tendência natural não fosse orientada para o mal: isto é, se os ímpios, movidos por um mesmo intento, não se reunissem em sociedades de vário gênero, "contra o Senhor e o seu Messias" (Salmo 2, 2).

7.        

Por outro lado, entretanto, pode-se discernir, e certamente com grandíssima alegria, que, também entre os católicos cresce o amor às associações pias: associações bem compactas, que se tornam como que famílias, nas quais os membros estão de tal forma ligados entre si pelo vínculo da caridade cristã, a ponto de parecerem, antes, de serem verdadeiramente irmãos.

E, de feito, se se elimina a caridade de Cristo, não pode haver fraternidade, como já energicamente demonstrava Tertuliano, dizendo: "Somos vossos irmãos por direito de natureza, natureza que é mãe comum, se bem que sejais muito pouco homens, por serdes maus irmãos. Mas quão melhor convém o nome e a dignidade de irmãos àqueles que reconhecem por seu pai comum Deus, àqueles que se imbuíram do mesmo espírito de santidade, e que, embora nascidos do mesmo seio da comum ignorância, depois se nutriram da mesma luz de verdade!" (Tertuliano, Apolog. c. 39).



A forma destas utilíssimas sociedades, constituídas entre os católicos, é a mais variada: círculos, caixas rurais, recreatórios festivos, patronatos para a proteção da juventude, irmandades, e muitíssimos outros, todos instituídos com nobilíssimos intentos. Certamente, todas estas associações têm nomes, formas e fins próprios e imediatos modernos, mas são antiquíssimas na substância, pois se lhes podem distinguir os vestígios desde os inícios do cristianismo. Mais tarde foram reforçadas com leis, distinguidas com divisas próprias, enriquecidas de privilégios, ordenadas ao culto divino nas igrejas, ou então destinadas ao bem das almas e ao alívio dos corpos, e designadas com nomes diversos, segundo os tempos. E, com o correr do tempo, o seu número aumentou tanto, que, sobretudo na Itália, não há cidade, aldeia ou paróquia que não as tenhas muitas, ou ao menos uma.



6. Ora, entre essas associações não hesitamos em dar um lugar eminente à confraria que toma o nome do santo Rosário. Com efeito, se se considerar a sua origem, ela figura entre as mais antigas; porquanto é fama que a haja fundado o próprio Patriarca S. Domingos; depois, se se lhe considerarem os privilégios, ela é riquíssima deles pela munificência dos Nossos Predecessores. Por último, forma e como que alma dessa instituição é o Rosário mariano, cuja eficácia já havemos, em outras circunstâncias, longamente tratado.



Eficácia do Rosário recitado em comum

8.       Mas a eficácia e o valor do Rosário aparecem ainda maiores se o considerarmos como um dever imposto à confraria que dele tira o nome. Na verdade, ninguém ignora o quanto é necessária para todos a oração, não porque com ela se possam modificar os divinos decretos, mas porque, como diz S. Gregório: "Os homens, com a oração, merecem receber aquilo que Deus onipotente desde a eternidade decidiu dar-lhes" (Diálogorum Libros 1, c. 8). E S. Agostinho acrescenta: "Quem sabe bem rezar, sabe também viver bem" (In Psalmos 118).

9.        

E a oração justamente alcança a sua eficácia máxima em impetrar o auxílio do Céu, quando é elevada publicamente, com perseverança e concórdia, por muitos fiéis que formem um só coro de suplicantes. Isto resulta evidente dos Atos dos Apóstolos, onde se diz que os discípulos de Cristo, à espera do Espírito Santo prometido, "perseveravam unânimes na oração" (At. 1,14).

Os que oram deste modo certissimamente obterão sempre o fruto da sua oração. E isto justamente se verifica entre os confrades do santo Rosário. Com efeito, assim como a oração do Ofício divino feita pelos sacerdotes é uma oração pública e contínua, e por isto eficacíssima; assim também, em certo sentido, é pública, contínua e comum a oração dos confrades do Rosário: definido este, em razão disto, por alguns Pontífices Romanos, "O Breviário da Virgem".



8. Depois, conforme já dissemos, como as orações públicas têm uma excelência e uma eficácia maiores do que as privadas, por isto a Confraria do Rosário também foi chamada pelos escritores eclesiásticos "milícia orante, alistada pelo Patriarca Domingos, sob as insígnias da divina Mãe"; isto é, daquela que a Sagrada Escritura e os fastos da Igreja saúdam como vencedora do demônio e de todas as heresias. E isto porque o Rosário mariano liga com um vínculo comum todos aqueles que podem associar-se a ela, fazendo-os, como que irmãos e co-milicianos.



E assim eles formam uma fortíssima falange, inteiramente armada e pronta a repelir os assaltos dos inimigos, quer internos, quer externos. Por isto, os membros desta pia associação podem com razão aplicar a si mesmos aquelas palavras de S. Cipriano: "Nós temos uma oração pública e comum, e, quando oramos, não oramos por um simples indivíduo, mas pelo povo todo, porque, quantos somos, formamos uma coisa só" (S. Cipriano, De Oratione Dominica).



10.    Aliás, a história da Igreja atesta a força e a eficácia destas orações, recordando-nos a derrota das forças turcas na batalha naval de Lepanto, e as esplêndidas vitórias alcançadas no século passado sobre os mesmos Turcos em Temesvar, na Hungria, e perto da ilha de Corfu. Do primeiro fato permanece como monumento perene a festa de Nossa Senhora das Vitórias, instituída por Gregório XIII, e depois consagrada e estendida à Igreja universal por Clemente XI, sob o nome de festa do Rosário.

11.     

Justificação do Rosário

10. Pelo fato, pois, de estar esta milícia orante "alistada sob a bandeira da divina Mãe", ela adquire uma nova força e se ilustra de nova alegria, como sobretudo demonstra, na recitação do Rosário, a freqüente repetição da saudação angélica depois da oração dominical. Esta prática, longe de ser incompatível com a dignidade de Deus - como se insinuasse que nós devemos confiar mais em Maria Santíssima do que no próprio Deus - tem, ao contrário, uma particularíssima eficácia para O comover e no-lo tornar propício. De feito, a fé católica nos ensina que nós devemos orar não só a Deus, mas também aos Santos (Concilum Tridentinum Sessio 25), embora de maneira diferente: a Deus, como fonte de todos os bens; aos Santos, como intercessores.



"De dois modos pode-se dirigir a alguém um pedido, diz S. Tomás: com a convicção de que ele possa atendê-lo ou com a persuasão de que ele possa impetrar aquilo que se pede. Do primeiro modo só oramos a Deus, porque todas as nossas preces devem ser dirigidas à consecução da graça e da glória, que só Deus pode dar, como é dito no Salmo 83, 12: "A graça e a glória dá-a o Senhor". Da segunda maneira apresentamos o mesmo pedido aos santos Anjos e aos homens; não para que, por meio deles, Deus venha a conhecer os nossos pedidos, mas para que, pela intercessão deles e pelos seus méritos, as nossas preces sejam atendidas.



E por isto, no capítulo VIII, 4 do Apocalipse se diz que o fumo dos aromas, pelas orações dos Santos, subiu da mão do Anjo à presença de Deus" (S. Thomas de Aquino, II-II q. 83, a. 4). Ora, entre todos os Santos que habitam as mansões bem-aventuradas, quem poderá competir com a augusta Mãe de Deus em impetrar a graça? Quem poderá com maior clareza ver no Verbo eterno de Deus as nossas angústias e as nossas necessidades? A quem foi concedido maior poder em comover a Deus? Quem como ela tem entranhas de maternal piedade? É este precisamente o motivo pelo qual nós não oramos aos Santos do Céu do mesmo modo como oramos a Deus; "porquanto à SS. Trindade pedimos que tenha piedade de nós, ao passo que a todos os outros Santos pedimos que roguem por nós" (S. Th., II-II q. 83, a. 4).



Em vez disto, a oração que dirigimos a Maria tem algo de comum com o culto que se presta a Deus; tanto que a Igreja a invoca com esta expressão, que se costuma endereçar a Deus: "Tem piedade dos pecadores". Portanto, os confrades do santo Rosário fazem muito bem em entrelaçar tantas saudações e tantas preces a Maria, como outras tantas coroas de rosas. De feito, diante de Deus Maria é "tão grande e vale tanto que, a quem quer graças e a ela não recorre, o seu desejo quer voar sem asas".



Os confrades do Rosário imitam os anjos

12.    À confraria de que estamos falando cabe, depois, outro título de louvor, que não queremos passar em silêncio. Cada vez que na recitação do Rosário mariano consideramos os mistérios da nossa salvação, de certo modo imitamos e emulamos os ofícios outrora confiados à milícia angélica. Foram eles, os anjos, que nos tempos estabelecidos revelaram estes mistérios, nos quais tiveram grande parte e intervieram infatigavelmente, compondo o seu semblante ora segundo a alegria, ora segundo a dor, ora segundo a exaltação da glória triunfal.

13.     

Gabriel é enviado à Virgem para lhe anunciar a Encarnação do Verbo eterno. Na gruta de Belém os Anjos acompanham com os seus cantos a glória do Salvador, há pouco vindo à luz. Um Anjo adverte José a fugir e a dirigir-se para o Egito com o Menino. Enquanto Jesus no Horto sua sangue por causa da sua tristeza, um Anjo com a sua palavra compassiva, conforta-o.

Quando Jesus, triunfando sobre a morte, se levanta do sepulcro, Anjos noticiam isso às piedosas mulheres. Anjos anunciam que Ele subiu ao Céu, e prenunciam que de lá Ele voltará entre as falanges angélicas, para unir a elas as almas dos eleitos, e conduzi-las consigo para entre os coros celestes, acima dos quais "foi exaltada a santa Mãe de Deus".



Por isto, de modo especial aos associados que praticam a devoção do Rosário se adaptam às palavras que S. Paulo dirigia aos novos discípulos de Cristo: "Chegastes ao monte de Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celeste e às miríades de Anjos" (Heb 12, 22). Que pode haver de mais excelente e de mais suave do que contemplar a Deus e rogá-lo juntamente com os Anjos? Como devem nutrir uma grande esperança e uma grande confiança de gozarem um dia no Céu a beatíssima companhia dos Anjos aqueles que na terra, de certo modo, compartilharam o ministério deles!



Auspícios par a difusão da confraria

12. Por tais motivos, os Pontífices Romanos sempre exaltaram com grandíssimos louvores esta confraria dedicada a Maria. Entre outros, Inocêncio VIII define-a uma "devotíssima confraria" (Inocêncio VIII, Constitutio "Splendor Paternae Gloriae", 26 de fev. 1491). Pio V atribui à influência dela os seguintes resultados: "Os fiéis transformaram-se rapidamente em outros homens; as trevas da heresia se dissipam; e a luz da fé católica manifesta-se" (S. Pio V, Constitutio "Consueverunt RR. PP.", 17 set. 1569).

Sisto V, observando o quanto esta instituição tem sido fecunda de frutos para a religião, professa-se devotíssimo dela; muitos outros, enfim, enriqueceram-na de preciosas e abundantíssimas indulgências, ou colocaram-na sob a sua particular proteção, inscrevendo-se nesta, e manifestando-lhe por diversos modos a sua benevolência.



14.    Movidos por estes exemplos dos Nossos Predecessores, Nós também, ó Veneráveis Irmãos, vivamente vos exortamos e vos conjuramos - como já muitas vezes temos feito - a quererdes dedicar um cuidado todo particular a esta sagrada milícia; de modo que, graças ao vosso zelo, cada dia se organizem em toda parte novas falanges. Que, pela vossa obra e da parte de clero a vós subordinado, que tem cura de almas, venha o resto do povo a conhecer e a avaliar na justa medida a grande eficácia desta confraria, e a sua vantagem em ordem à eterna salvação dos homens.

15.     

O Rosário perpétuo



14. E tanto mais insistimos em tal recomendação quanto recentemente refloriu uma belíssima manifestação de piedade mariana: o Rosário "perpétuo". De bom grado abençoamos esta iniciativa, e vivamente desejamos que vos apliqueis com solicitude e zelo ao seu incremento. De feito, nutrimos viva esperança de que não poderão deixar de ser bastante eficazes os louvores e as preces que saem incessantemente da boca e do coração de uma imensa multidão, e que, alternando-se dia e noite pelas várias regiões do mundo, unem a harmonia das vozes à meditação das divinas verdades.

E certamente a continuidade destes louvores e destas preces foi prefigurada pelas palavras com que Ozias cantava a Judit: "Bendita és tu, filha, ante o Senhor Deus altíssimo, sobre todas as mulheres da terra... porque Ele hoje tornou tão grande o teu nome, que o teu louvor nunca faltará nos lábios dos homens". E a este augúrio todo o povo de Israel respondia em voz alta: "Assim é, assim seja..." (Judit. 18, 23; 25, 26).

Entrementes, como auspício dos benefícios celestes, em testemunho da Nossa benevolência, de grande coração concedemos, no Senhor, a Bênção Apostólica a vós, Veneráveis Irmãos, ao clero e a todo o povo confiado à vossa fiel vigilância.


Dado em Roma, junto a S. Pedro, a 12 de Setembro de 1897, vigésimo ano do Nosso Pontificado.




LEÃO PP. XIII.

OBS: DESTAQUES SÃO MEUS.