Prezado Irmão, Salve Maria.
Agradeço pelas suas
perguntas! E ao mesmo tempo, peço desculpas pela demora da resposta as mesmas!
As
Cruzadas surgiram no contexto da Idade Média como uma resposta da cristandade
ao avanço muçulmano, especialmente no Oriente, que havia conquistado a Terra
Santa (Jerusalém e lugares ligados à vida de Cristo).Havia, sim, uma intenção
religiosa: proteger os cristãos e os lugares sagrados.
Contudo,
junto com o ideal religioso, houve interesses políticos, econômicos e
militares. Muitos abusos foram cometidos em nome de Deus, mas que não
expressavam a Sua vontade.
O
Catecismo da Igreja Católica ensina que a guerra nunca é querida por Deus (cf. CIC
2307-2317). Assim, a Igreja reconhece que, embora houvesse elementos de
legítima defesa da fé, muitos atos violentos das Cruzadas não correspondiam ao Evangelho.
Os
autos de fé, ligados à Inquisição, consistiam em julgamentos públicos de
pessoas acusadas de heresia.
A
intenção original da Igreja era preservar a unidade da fé e corrigir erros
doutrinários. Porém, os métodos utilizados — especialmente quando envolveram tortura
e condenações à morte — não correspondem ao ensinamento de Cristo.
Você sabia que quem
determinada as punições eram os reis e não a Igreja?
O
Papa São João Paulo II pediu perdão, no Jubileu de 2000, por esses e outros
pecados cometidos por filhos da Igreja ao longo da história.
Jesus nunca autorizou a perseguição violenta
contra quem pensa diferente: “A verdade não se impõe pela força, mas pela
própria verdade” (Dignitatis Humanae, 1).
No
século XV, alguns papas emitiram documentos (como a bula Dum Diversas, 1452) que, num
contexto histórico de expansão marítima, autorizaram reis cristãos a subjugar
povos considerados “infiéis”.
Porém,
rapidamente, a Igreja também produziu documentos que condenavam a escravidão.
Por exemplo:
A bula Sublimis Deus (1537), do
Papa Paulo III, afirmava que os indígenas “são verdadeiros homens” e não podem
ser reduzidos à escravidão.
Qual bula é esta a qual você estar se referindo? Porque a Igreja Católica sempre condenou a escravidão meu caro!
O Magistério
atual é muito claro: a escravidão é um
mal intrínseco, radicalmente contrário ao Evangelho (cf.
Catecismo 2414).
A Doutrina
Social da Igreja ensina que toda pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus
e, por isso, possui dignidade inalienável.
Espero ter ajudado,
Ad Majorem Dei Gloriam,
EDGAR LEANDRO DA SILVA
P.S Este artigo poderá ser alterado.
