domingo, 2 de novembro de 2025

RESPOSTAS CATÓLICAS: As cruzadas eram pela vontade de Deus? Os autos de fé também? O direito de escravizar povos concedido aos portugueses pela bula papal?

 




Prezado Irmão, Salve Maria.


Agradeço pelas suas perguntas! E ao mesmo tempo, peço desculpas pela demora da  resposta as mesmas!


As Cruzadas surgiram no contexto da Idade Média como uma resposta da cristandade ao avanço muçulmano, especialmente no Oriente, que havia conquistado a Terra Santa (Jerusalém e lugares ligados à vida de Cristo).Havia, sim, uma intenção religiosa: proteger os cristãos e os lugares sagrados.


Contudo, junto com o ideal religioso, houve interesses políticos, econômicos e militares. Muitos abusos foram cometidos em nome de Deus, mas que não expressavam a Sua vontade.


O Catecismo da Igreja Católica ensina que a guerra nunca é querida por Deus (cf. CIC 2307-2317). Assim, a Igreja reconhece que, embora houvesse elementos de legítima defesa da fé, muitos atos violentos das Cruzadas não correspondiam ao Evangelho.


Os autos de fé, ligados à Inquisição, consistiam em julgamentos públicos de pessoas acusadas de heresia.


A intenção original da Igreja era preservar a unidade da fé e corrigir erros doutrinários. Porém, os métodos utilizados — especialmente quando envolveram tortura e condenações à morte — não correspondem ao ensinamento de Cristo.


Você sabia que quem determinada as punições eram os reis e não a Igreja?


O Papa São João Paulo II pediu perdão, no Jubileu de 2000, por esses e outros pecados cometidos por filhos da Igreja ao longo da história.


 Jesus nunca autorizou a perseguição violenta contra quem pensa diferente: “A verdade não se impõe pela força, mas pela própria verdade” (Dignitatis Humanae, 1).


No século XV, alguns papas emitiram documentos (como a bula Dum Diversas, 1452) que, num contexto histórico de expansão marítima, autorizaram reis cristãos a subjugar povos considerados “infiéis”.


Porém, rapidamente, a Igreja também produziu documentos que condenavam a escravidão. Por exemplo:


A bula Sublimis Deus (1537), do Papa Paulo III, afirmava que os indígenas “são verdadeiros homens” e não podem ser reduzidos à escravidão.


Qual bula é esta a qual você estar se referindo? Porque a  Igreja Católica sempre condenou a escravidão meu caro!


O Magistério atual é muito claro: a escravidão é um mal intrínseco, radicalmente contrário ao Evangelho (cf. Catecismo 2414).


A Doutrina Social da Igreja ensina que toda pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus e, por isso, possui dignidade inalienável.

 

Espero ter ajudado,

Ad Majorem Dei Gloriam,

EDGAR LEANDRO DA SILVA

 

P.S Este artigo poderá ser alterado.

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