domingo, 11 de abril de 2021

VIDA DE SANTOS: SANTA CECÍLIA

 



  Santa Cecília, modelo de virgindade e fortaleza

Célebre virgem e mártir, padroeira dos músicos, Santa Cecília, É venerada e aclamada há séculos em todo o mundo católico. A ela estão dedicadas inúmeras catedrais e igrejas.



Santa Cecília pertencia a urna das famílias mais ilustres de Roma, a dos Caecillius. Numa época - o século III - em que o martírio era o fim provável dos cristãos, conver­teu-se decididamente ao Cristianismo, consagrando sua virgindade a Nosso Se­nhor Jesus Cristo. Desde então, seu Anjo da Guarda tornou-se-Ihe visível, prote­gendo-a nas mil vicissitudes da vida pa­laciana. Sob o vestido de seda e ouro usava o cilício, multiplicando os jejuns e orações para obter aquela coragem inte­rior indispensável à perseverança.

Dom Guéranger - notável abade be­neditino do século XIX - quis colocar o primeiro mosteiro de Beneditinas da Congregação de Solesmes sob a proteção desta Santa, modelo ideal da virgindade cristã

Voto de virgindade

 

Obrigada a casar-se com um jovem pagão, Valeriano, Cecília suplicava con­tinuamente a Deus a preservação de sua virgindade. Na brilhante festa profana dos esponsais, cantava com os Anjos, interiormente: "Guardai, Senhor, sem mancha meu coração e meu corpo".

Assim que esteve a sós com Valeria­no, expôs-lhe com firmeza o voto de vir­gindade, asseverando que um Anjo de Deus a assistia e o mataria se não respei­tasse aquele voto.

Santamente impressionado com a ex­traordinária revelação, Valeriano quis que o Anjo se tornasse visível também a ele, para que pudesse acreditar. Ao saber que era preciso "ser purifi­cado na fonte que brota para a vida eterna", o jovem não hesitou um instante, cônscio dos riscos que corria: foi logo entrevistar-se com o Papa Urbano I. Esclarecido sobre as ver­dades fundamentais da Fé, foi-lhe admi­nistrado o Batismo.

Regressando a seu palácio, revestido da túnica branca dos neófitos, encontrou sua esposa em oração, e ao lado dela, o Anjo Custódio, tendo nas mãos duas co­roas de rosas e lírios.

Colocando uma sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, dis­se-Ihes o Anjo: "Dos jardins dos Céus trago-vos estas coroas. conservai-as por vossa pureza; não murcharão e nunca hão de perder o seu perfume. Entretanto, so­mente serão vistas por aqueles que forem puros como vós. E agora, ó Valeriano, visto que concordaste com o voto de cas­tidade de Cecília, o Filho de Deus, Jesus Cristo, enviou-me para receber todos 'os pedidos que quiseres fazer-lhe".

Valeriano reduziu todos seus pedidos a um só: a conversão de seu irmão Tibúr­cio.

Conversão de Tibúrcio

 

 


No dia seguinte, ao visitar os recém­casados, Tibúrcio percebeu o aroma de rosas e lírios, maravilhando-se com o fato, sobretudo porque não via as flores, raras naquela estação. Valeriano revelou­lhe a existência das coroas, e que só lhe seriam visíveis se se tornasse cristão. E começou a instruí-Io, com pouco suces­so. Interveio então Cecília. Utilizando a linguagem dos profetas, tantas vezes re­petida pelos mártires, demónstrou toda a vergonha da idolatria, e alcançou que Tibúrcio execrasse verdadeiramente os ídolos. Convertido e batizado, passou ele a ver continuamente os Anjos e a conver­sar com eles!

Cecília e Valeriano alegravam-se com estas maravilhas, e todos os três os enchiam a Igreja com o brilho de sua caridade.

Os dois irmãos foram em breve de­nunciados, perseguidos, e depois de uma corajosa profissão de Fé, que converteu grande número de pagãos, foram degola­dos.

Preparando-se para a tormenta inevi­tável, Cecília distribuiu todos os seus bens aos pobres e doou seu palácio do Trastevere a um nobre personagem cha­mado Gordianp, para que fosse salvo do confisco e consagrado depois ao culto católico.

Esse palácio tornou-se uma das mais belas igrejas de Roma. Reconstruído no século IX, e reformado no século XVI, constitui a atual Basílica de Santa Cecília, em Roma, em cuja cripta repousam os corpos de Santa Cecília, São Valeriano e São Tibúr­cio.

Martírio de Santa Cecília

 

Depois de ter enfrentado o pre­feito de Roma com a altaneria e a majestade de uma filha da Igreja, esposa de Cristo e patricia romana, refutando com lógica inquebrantá­vel as alegações do magistrado e patenteando aos olhos de todos sua inocência, Cecília foi injustamente condenada à morte aproximada­mente no ano de 230, durante o reinado do Imperador Alexandre Severo.

O prefeito romano, após infru­tífera tentativa de matá-Ia pela ação de vapores escaldantes, na sala de banhos do palácio de Santa Cecília, enviou um carrasco com a ordem de cortar a cabeça da virgem com a espada. Depois de três golpes, não tendo conseguido degolar aquela jovem de Fé inabalável, produzin­do apenas a efusão de sangue, o carrasco fugiu, pois havia uma lei que proibia ferir a vítima que não tivesse morrido com três golpes.

Durante três dias permaneceu Cecília agonizando, mantida em vida por verdadeiro milagre, falan­do continuamente à multidão que se concentrava em tomo dela, estimu­lando uns e convertendo outros. So­mente ao terceiro dia, o santo Pon­tífice Urbano I pôde comparecer ao local: "Pai - disse-lhe a Santa " pedi ao Senhor esta demora para colocar nas vossas mãos os pobres que eu sustentava; deixo-vos tam­bém esta casa, a fim de que, consa­grada por vós, seja para sempre uma igreja". Após essas palavras entregou sua bela alma a Deus.

Seu corpo foi depositado numa uma de cipreste. Conservaram-lhe a posição em que estava ao morrer: os braços estendidos, os três dedos simbolicamente dispostos, indican­do seu ato de fé na Santíssima Trin­dade, o rosto voltado para a terra. Precisamente a posição em que foi encontrada nas escavações do sécu­lo IX e do século XVI.

 

FONTE: https://catolicismohoje.wordpress.com/2008/01/16/santa-cecilia-modelo-de-virgindade-e-fortaleza/

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