Professor universitário renomado volta atrás em relação à
ideologia de gênero: “Decepcionante ver que os pontos de vista que eu costumava
defender com tanto fervor, e com tão poucos fundamentos, foram hoje aceitos por
tantas pessoas na sociedade”.
Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere
Um
historiador canadense que ajudou a popularizar a ideia de gênero como
construção social para preservar estruturas de poder tradicionais veio a
público fazer um mea
culpa sobre sua obra pregressa. Ele não apenas repudiou as
consequências do transgenerismo, como admitiu que havia se baseado parcialmente em informações
manipuladas para que se confirmassem os seus preconceitos ideológicos.
Christopher
Dummitt, professor associado da School
for the Study of Canada, na Trent University, publicou no dia 17 de
setembro de 2019, no portal Quillette, um ensaio no qual ele explica sua antiga
convicção de que o “sexo era integralmente uma construção social que só dizia
respeito ao poder”, admite que sua “grande ideia” passou por cima do bom senso biológico e da liberdade de expressão, e apresenta um “mea culpa por sua responsabilidade em tudo
isso”.
Em 2007, Dummitt
publicou um livro sobre o assunto, o qual foi intitulado The Manly Modern: Masculinity in Postwar Canada [“A Virilidade
Moderna: Masculinidade no Canadá do Pós-Guerra”]. Em 1998, já havia publicado
um artigo baseado em sua dissertação de mestrado, intitulado Finding a Place for Father: Selling the Barbecue in Postwar Canada [“Encontrando
um Lugar para o Pai: Vendendo Churrasco no Canadá do Pós-Guerra”]. Segundo ele,
o livro foi citado em trabalhos subsequentes sobre o tema, e o seu artigo “foi
republicado diversas vezes em manuais para estudantes universitários”.
Apesar do sucesso profissional,
Dummitt admite que hoje “se envergonha de alguns dos conteúdos” porque, embora
tenha “acertado parcialmente em alguns pontos”, “todo o
restante foi basicamente inventado”.
Em seguida, Dummitt faz um esboço do
processo por meio do qual inventou e sustentou suas alegações, começando com
uma declaração como esta: “Houve uma grande quantidade de variações históricas
e culturais” em relação à definição de sexo. Para sustentar essas alegações,
“eu tinha meus exemplos favoritos, e finalmente os encaixava em anedotas
concisas que eu podia usar em palestras ou conversas”, tais como a mudança de
associação das cores azul e rosa aos dois sexos.
“Em segundo lugar, eu argumentava que
toda vez que dizíamos a alguém que algo era masculino ou feminino, aquilo nunca
dizia respeito apenas ao sexo”, prossegue. “Aquilo sempre referiria
simultaneamente ao poder. E o poder continua sendo uma espécie de palavra
mágica na Academia”.
“Portanto, quando alguém negava que
gênero e sexo variavam, quando sugeriam que realmente havia algo atemporal ou
biológico em relação ao sexo e ao gênero, de fato estavam justificando o poder.
Eram apologistas da opressão”, explica. “Isso soa familiar?”
Depois disso, ele “foi em busca de
alguma explicação no contexto histórico que mostrasse, num determinado momento
histórico, por que as pessoas se referiam a algo como masculino ou
feminino”. Ele mesmo admitiu que podia “manipular” os detalhes
porque “a história é um lugar imenso. Então, sempre havia
algo para encontrar”.
Dummitt argumenta que estava em
“território seguro”, visto que ele “ficava preso aos documentos e reconstruía o
que as pessoas falavam”, mas as conclusões que tirava deles eram
“intelectualmente falidas” porque “vinham de minhas crenças ideológicas —
ainda que, naquela ocasião, eu não tivesse descrito aquilo como ideologia”.
“Eu deveria ter sido mais esperto. Se
fosse me submeter a uma psicanálise retroativa, diria que realmente eu era mais
esperto”, confessa Dummitt. “Por isso fiquei tão nervoso e fui tão assertivo
sobre o que achava que sabia. O objetivo era esconder o fato de que, num nível muito
elementar, eu não tinha prova de parte do que estava dizendo. Então, fiquei
preso a argumentos de forma fervorosa e denunciei pontos de vista alternativos.
Não foi algo belo do ponto de vista intelectual. Por isso é
tão decepcionante ver que os pontos de vista que eu costumava defender com
tanto fervor — e com tão poucos fundamentos — foram hoje aceitos por tantas
pessoas na sociedade”.
“Decepcionante ver
que os pontos de vista que eu costumava defender com tanto fervor, e com tão
poucos fundamentos, foram hoje aceitos por tantas pessoas.”
Dummitt também observa que seu
envolvimento com a ideologia de gênero se explicava parcialmente pelo fato de
nunca ter confrontado pontos de vista acadêmicos divergentes. “A crítica de
Steven Pinker ao construcionismo social, The Blank Slate: The Modern
Denial of Human Nature [‘A Lousa em Branco: a Negação Moderna da Natureza
Humana’], foi publicada em 2002 antes que eu terminasse meu doutorado e depois
que publiquei meu livro. Porém, não tinha ouvido falar dele, e ninguém nunca me
sugeriu que eu tivesse de lidar com seus argumentos e evidências”, observa.
“Isso bastaria para lhe revelar muito da bolha em que todos nós vivíamos”.
Ele argumenta que esses problemas são
generalizados no campo da “história de gênero”, e aquilo que
é considerado “prova” na verdade não passa de um grupo de acadêmicos que gostam
de citar-se mutuamente como afirmação.
“Meu raciocínio falho e outros
acadêmicos que usam o mesmo tipo de raciocínio agora são usados por ativistas e
governos para transformar em lei um novo código moral de conduta”, lamenta
Dummitt. “Era diferente quando eu bebia com colegas de graduação e lutava no
irrelevante mundo do nosso próprio ego. Mas hoje muitas outras coisas
estão em jogo”. Ele ainda crê que o gênero é “socialmente construído” em alguns
casos, mas “os críticos dos construcionistas sociais estão certos em erguer as
sobrancelhas diante das assim chamadas provas apresentadas por supostos
especialistas”.
“Até que haja acadêmicos seriamente críticos e ideologicamente divergentes quanto a sexo e gênero”, conclui Dummit, “e até que a revisão ‘por pares’ seja mais do que uma forma de controle intra-grupo, teremos de ser, de fato, bastante céticos sobre muito do que se considera ‘expertise’ quanto à construção social de sexo e gênero”.
OBS: OS GRIFOS SÃO MEUS.

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