Por Edgar leandro da Silva e Joathas
Bello
Prezados
Amigos e Amigas,Salve Maria!
Recebi
de um amigo de Nosso Apostolado Defesa Católica,em meu Whatzapp particular, o
link do seguinte texto:
A Pacem in Terris de João XXIII:
apologia ao liberalismo religioso e endosso ao comunismo e globalismo que
foi retirado do site que tem por nome: “Controversia Católica” do seguinte
link:
Pois
bem,ele enviou pra mim este texto que é um de um site Sedevacantista. A Saber:
O Sedevacantismo é a teoria dos que pensam que os papas mais recentes,a
saber os Papas do Concílio Vaticano II,não foram realmente
papas.Consequentemente,a Cátedra de Pedro,não estaria ocupada e isso é expresso
pela fórmula latina “sedevacante”
O
Nosso Apostolado Defesa Católica,de forma alguma, pode concordar com
isso,porque seria pensar que o Espírito Santo de Deus,teria deixado de guiar a
Igreja a Partir de 1962(Quando o Concílio Vaticano II,foi Convocado pelo
Papa,Hoje São João XXIII) o que seria um absurdo!
O
texto enviado por este meu amigo,que é também Sedevacantista,o qual foi lido
por mim,é na verdade um texto contraditório
e por isso com interpretações equivocadas deixando claro para o
leitor,que o que ensinou o Papa São João XXIII, contradiz com a doutrina de
sempre da Igreja Católica.
Este
documento foi promulgado em meio a um conflito mundial,que ficou conhecido como
“Guerra fria”onde as principais potências a saber, Estados Unidos e unão
soviética disputava em seu campo ideológico a sua supremacia.por isso o
Papa São João XXIII, viu a necessidade
em nome da Igreja,pedir a necessidade de uma cultura da paz: “Paz na terra”
Por
isso,como foi um texto enviado por um amigo nosso,o qual não há necessidade de
citarmos o nome dele aqui, resolvi então comentar sobre o texto do site
sedevacantista,a partir de minha leitura, que foi feita desta Encíclica do Papa
João XXIII a “Pacem In terris” recentemente e também estarei tentando refutar baseado na
lógica e no que a Igreja Católica Ensina os “argumentos contrários” do autor do
site “controversia católica”
O
que estiver em Itálico é o comentário
do autor do site, o que estiver em negrito
é o nosso comentário.Vejamos então os principais pontos:
“Ele inicia falando aos fiéis que “a paz na terra…
não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem
instituída por Deus” e que esta ordem de lei está inscrita nos corações dos
homens, e procede dizendo que devemos encontrar essas leis somente nos corações dos homens e não em outro lugar (cf. n. 6). Ora, uma coisa é dizer que Deus tem escrito
suas leis no coração humano e outra bem diferente é dizer que essas leis não
devem ser buscadas em outro lugar. Fazê-lo é esquecer os efeitos do pecado
original e a função da Igreja – o primeiro permitindo o desvio dos ditames da
razão e a última como guia de nossa natureza caída. Não admira, pois, que já na primeira seção da encíclica, João
XXIII prossegue fazendo apologia à “comunidade mundial, cuja criação é hoje
urgentemente postulada pelo bem comum universal” (n. 7). Como ele explicará na
quarta seção, esta organização não é outra senão as Nações Unidas”
A “Lei inscrita no
coração dos homens” de fato se opõe, ás “leis das forças e elementos
irracionais do universo” Trata-se, no raciocinio, de opor a “Lei moral natural”
ás “Leis da natureza física” e não de opor “coração” e “magistério” como sugere
o autor. A exposição do Papa poderia ser mais completa, mas não está errada,
porque é um raciocinio que quer valer-se do conceito de “Lei(moral) natural”
como fundamento da comunidade política, e não indicar o meio de discernir a lei
natural.
As próximas duas seções lidam com a dignidade do
homem e a liberdade religiosa, ambos os temas que se tornarão basilares nos
documentos do Vaticano II e na Igreja pós-Conciliar. Com respeito ao primeiro,
a encíclica afirma que “se contemplarmos a dignidade da pessoa humana à luz das
verdades reveladas, não poderemos deixar de tê-la em estima incomparavelmente
maior. Trata-se, com efeito, de pessoas remidas pelo Sangue de Cristo, as quais
com a graça se tornaram filhas e amigas de Deus, herdeiras da glória eterna”
(n. 10). Ora, tudo isso é verdade, mas
nada se fala sobre o fato de que o homem perde esta dignidade pelo pecado.
Em vez, ele imediatamente procede discutindo os direitos do homem derivados
desta dignidade, inclusive “a liberdade de prestar culto a Deus de acordo com
os retos ditames da própria consciência [ad
rectam conscientiae suae normam], e de professar a religião, privada e
publicamente” (n. 14).
Esta Encíclica do Papa trata-se de um texto de Doutrina
Social da Igreja,e não de magistério dogmático é a consideração da dignidade
“Pessoal” no nº9. O Nº 10,apenas indica como essa dignidade humana deve ser
mais estimada a partir do conhecimento da revelação. E bom, a dignidade pessoal
não se perde, mas é diminuída pelo pecado; no limite, pode-se até dizer que é
perdida no condenado. E a consideração dos direitos é precisamente em abstrato.
É óbvio que um criminoso por exemplo, não tem(em ato) direito á liberdade etc.
Segue-se da inata dignidade do homem e da inata e
independente autoridade de sua consciência que todos os homens são iguais. João
XXIII audaciosamente declarou que
“universalmente prevalece hoje a opinião de que todos os seres humanos são
iguais entre si por dignidade de natureza” (n. 44). Adiante, no mesmo documento
ele afirma que “realmente não pode um homem ser superior a outro por natureza,
visto que todos gozam de igual dignidade natural. Segue-se daí que, sob o
aspecto de dignidade natural, não há diferença alguma entre as comunidades
políticas, porque cada qual é semelhante a um corpo cujos membros são as
próprias pessoas.” (n. 89). Esta
declaração é uma aceitação velada da legitimidade do comunismo, e não
admira que o semanário comunista de Roma descreveu sua atitude “aberta” com o
título “Não mais cruzadas.” Il
Borghese, um jornal católico de direita, colocou-o em melhor
perspectiva: “Esta política significará o fim da chiesa
cattolica romana.” (43) Se alguém
duvidar da atitude de João XXIII perante o comunismo, basta considerar o seu
acordo com Mons. Nikodim, segundo o qual o Concílio não seria nada
crítico ao comunismo. Como disse Jean Madiran, “todos os elementos… na ‘Pacem in Terris‘ nunca foram
aplicados pela hierarquia eclesiástica, salvo para o benefício do comunismo (e
socialismo marxista) – nunca ao fascismo ou ao liberalismo… Não são senão uma
fabricação criada para se acomodar unicamente ao comunismo.” (44 os destaques
são nossos)
A declaração do Papa, não tem nada a ver com o
comunismo.Até porque o papa não era favorável ao mesmo. A prova é tanta que nas
“notas” desta enciclica “Pacem In terris” O Papa usa como referência a
Encíclica do Papa Pio XI “Divinis Redemptoris” de 1937, que justamente
condenava sobre o Comunismo! Ora, Será que o Papa João XXIII estaria se
contradizendo? Acredito que o autor deste texto, não prestou atenção neste
detalhe para fazer uma afirmação como esta...
A respeito do
tal acordo com o Mons. Nikodim, o autor do texto não cita em suas referências,
nenhum link, nem livro a respeito do assunto...
Tendo estabelecido a
igualdade e a dignidade do homem, seu direito à liberdade religiosa, e a aceitabilidade do socialismo e
comunismo, retornemos à natureza da nova comunidade mundial que ele avistava.
Novamente, a encíclica nos diz que ela deve ser estabelecida sob alguma
autoridade pública universal dotada “de meios idôneos para alcançar com
eficácia os objetivos que constituem os conteúdos concretos do bem comum
universal” (n. 137). A organização que lhe parecia mais adequada para este
fim não seria outra senão as Nações Unidas! Seu endosso a esta organização (descrita
por alguns como “uma grande vaca alimentada pelos Estados Unidos e ordenhada
pela Russia”) incluía o endosso à Declaração dos Direitos Humanos, o que foi
uma “clara prova de sua visão promissora.” (45) Notemos que esta “Declaração
dos Direitos Humanos” não é outra senão
aquela da Revolução Francesa, a qual, como disse Cardeal Pie, “não é outra
coisa senão a negação dos Direitos de Cristo.” (46)
Embora hoje, na
realidade e já há algumas décadas, o papel da ONU se revele em toda a sua
impiedade, e a “declaração dos direitos humanos” foi convertida numa carta
relativista, não era essa a visão que se tinha na época desta
encíclica.Recorde-se que,antes do Papa São João XXIII, O Papa Pio XII já havia endossado a ONU. Seria
até, mais justo dizer que todos os Papas fizeram um juízo prudencial errôneo
a respeito das nações unidas desde o seu surgimento em 1947.
Um dos grandes
obstáculos para a criação desta utopia mundialista sob as Nações Unidas era a
desconfiança mútua: “Infelizmente, porém, reina muitas vezes entre os povos a
lei do temor, que os induz a despender em armamentos fabulosas somas de
dinheiro, não com o intento de agredir, como dizem – e não há motivo para não
acreditarmos – mas para conjurar eventuais perigos de agressão” (n. 128). Ele
recomenda, como solução deste problema, a “confiança mútua… isto requer que, em
vez do critério de equilíbrio em armamentos que hoje mantém a paz, se abrace o
princípio segundo o qual a verdadeira paz entre os povos não se baseia em tal
equilíbrio, mas sim e exclusivamente na confiança mútua” (n. 113). Ora, esta confiança mútua era para ser
estendida tanto a maçons quanto a comunistas, como se o histórico e os próprios
ensinamentos de cada um não fornecesse a mais ampla evidência de que deixar o
lobo no galinheiro é uma impossibilidade. O Ocidente teria que desarmar-se
e abraçar seus irmãos comunistas. A guerra teria de ser abolida. E quando este
sonho utópico se realizar, a harmonia da família humana será assegurada por
meio da ciência e da técnica. Ora, qualquer pessoa familiarizada com São Tiago
Apóstolo sabe que a Escritura ensina que as guerras nascem das paixões e da
cobiça – isto é, de nossos pecados. E qualquer pessoa familiarizada com o Velho
Testamento sabe claramente que existem chefes injustos e, portanto, guerras
justas. Mas João XXIII tinha uma visão
diferente do mundo, via um mundo onde não havia a possibilidade de uma ordem
social intrinsecamente má, um mundo em que todos os homens seriam unidos e
todas as diferenças resolvidas pela “confiança mútua”. (47)
Mais uma vez, isto
pode ser um desejo ingênuo, uma leitura bem equivocada dos sinais dos tempos,
mas a verdadeira questão é que tal desejo legítimo de paz não pode deixar de
ser acompanhado da ação evangelizadora, muito mais essencial para que
Cristo,”Nossa paz” possa reinar nos corações e nações, e este não é o tópico
direito de um documento da Doutrina Social da Igreja.
Apesar do fato desta
encíclica ter sido rapidamente superada pelas declarações ainda mais
revolucionárias do Concílio, ela permanece altamente significativa. Ela
claramente demonstra que os eventos no Concílio não escaparam ao controle de
João XXIII, como dizem alguns; mas antes foram orquestrados por ele. Alguns dos principais erros modernistas
promulgados pelo Concílio – o falso conceito de dignidade humana, a autonomia
da consciência do homem, a liberdade religiosa, um falso ecumenismo, a
aceitação da ideologia socialista e comunista, a opção da Igreja por uma
comunidade global e a necessidade de alterar as estruturas da Igreja não foram
só compartilhadas, mas de fato iniciadas pelo próprio Roncalli. Ele foi um
modernista em toda extensão da palavra, sendo responsável pela subversão de uma
enorme parte do Corpo Católico. (48)
É errado pensar que o
Papa São João XXIII foi um modernista: “em toda extensão da palavra” O que
Podemos entender é que o Papa São João XXIII, teve uma esperança imprudente no
mundo de sua época, e que mesmo a sua estratégia pastoral não pôde trazer a paz
que ele pretendia.
Sobre o Concílio
Vaticano II, deixo claro ao autor do texto, e a quem mais interessar, que o
mesmo é tão legítimo quanto os demais 20 Concílios anteriores. Além do mais,
tudo o que o mesmo proclamou, deve ser aceito e crido por todos os Católicos do
mundo inteiro!
Espero que esta resposta,tenha ajudado não só a nosso
amigo do Apostolado,que apesar de ser sedevacantista não deixa de ser amigo
deste trabalho, e a quem como ele, tem o mesmo pensamento.agradeço também em
nome do Apostolado Defesa católica ao Professor Joathas Bello, por ter também
ajudado nesta resposta.
Ad Majorem Dei Gloriam,
EDGAR LEANDRO DA SILVA
Sem comentários:
Enviar um comentário