domingo, 31 de agosto de 2014

RESPOSTAS CATÓLICAS: Por que Jesus morreu na Cruz por nós?Qual foi a finalidade do Sacrificio de Cristo?Eu sou católico,mas tenho dúvida.


Prezado Irmão,Salve Maria!

É com prazer que respondo a esta questão de acordo com o que ensina a Santa Igreja.

Jesus Cristo morreu para salvação de todos os homens e satisfez por todos. Ele expirou por todos, mas nem todos se salvam, porque nem todos O querem reconhecer, nem todos observam sua lei, nem todos se valem dos meios de santificação que Ele deixou.

Espero que possa ter ajudado,se houver outras dúvidas não hesite em nos escrever.

Ad Majorem Dei Gloriam,

EDGAR LEANDRO DA SILVA

domingo, 17 de agosto de 2014

VIDA DE SANTOS: SÃO PIO X:FORTALECEU A IGREJA,FULMINOU A HERESIA


Quando faleceu Leão XIII, em 1903, a expectativa foi geral: quem seria chamado a manobrar o leme de Pedro naqueles tempos já tão conturbados?
O mundo estava febrilmente contagiado pelo liberalismo anticlerical, um dos muitos perniciosos frutos da Revolução Francesa, que tornavam tensas as relações entre a Sé Apostólica e várias nações européias. A revolução industrial, por sua vez, criava situações propícias à propaganda, no meio proletário nascente, dos princípios marxistas da luta de classes e do anarquismo.
Mesmo nas nações católicas a situação era crítica. Na Itália, um governo usurpador e violento tinha privado o Romano Pontífice de seus Estados, confinando-o ao Vaticano, e criava empecilhos à ação da Igreja. Na França, uma oligarquia maçônica –– cujos expoentes eram Briand, Clemenceau, Waldeck-Rousseau e Combes –– impôs a aprovação de diversas leis frontalmente antireligiosas, preparando terreno para a separação entre a Igreja e o Estado em 1905.
Portugal via-se às voltas com a fermentação revolucionária que deveria culminar, em 1908, no assassinato do rei D. Manoel e do Príncipe herdeiro, com a proclamação da República dois anos mais tarde, e com uma série de medidas contra a Igreja, como a expulsão dos jesuítas, a supressão de congregações religiosas e a aprovação do divórcio.
Também na outrora fiel e católica Espanha, os ventos liberais e anarquistas sopravam com violência, chegando-se à tentativa de assassinato do rei Afonso XIII, no próprio dia de suas bodas. O império Austro-Húngaro apresentava tantos sintomas de decadência religiosa e moral, que a todo instante se temia sua ruína.
Não menos trágica para Igreja e a civilização cristã era a situação no maior bloco católico do universo, a América Latina, onde as jovens nações emulavam em impiedade com suas maiores européias.
No Brasil, a célebre "Questão Religiosa” conseguira levar à barra dos tribunais e condenar à prisão perpétua com trabalhos forçados, o intrépido bispo de Olinda, D. Vital Maria Gonçalves de Oliveira. No Equador, líderes católicos são perseguidos e forçados a exilar-se. No México, as nuvens da tormenta revolucionária já se acumulavam no horizonte, para desencadearem-se, pouco depois, numa das mais cruéis e implacáveis perseguições religiosas conhecidas pelo mundo moderno.
Sobretudo, no próprio interior da Igreja a situação era grave. Erros filosóficos muito em voga como o naturalismo, o racionalismo e o cientificismo, a par de forte liberalismo influenciavam extensamente a teologia e deturpavam a fé, ao mesmo tempo que esfriavam nas almas o amor de Deus.
Haviam penetrado a fundo em amplas camadas do Clero, em estabelecimentos de ensino, mesmo em seminários, criando um espírito de novidade e de revolta crescente que ameaçava fazer soçobrar a Barca de Pedro, não tivesse ela a promessa da perenidade.
Para fazer face a esse terrível panorama, tornava-se necessário o advento de um Papa que se colocasse entre os maiores da História da Igreja. Por obra do Divino Espírito Santo, que não abandona a Igreja, Sua Esposa Mística, e a rogos de Maria, o mundo teve o Pontífice de que necessitava: Giuseppe Sarto, Patriarca de Veneza, eleito com o nome de Pio X.
 uem era Pio X, o novo Papa, do qual tanto se propalava em Veneza, de onde viera como Cardeal-Patriarca, a bondade e a doçura? Um "conciliador", pensava o Governo italiano, entendendo, por essa designação, um homem fraco, pronto a entrar em acordo com a Revolução. Entretanto, a famosa bênção Urbi et Orbi, o primeiro ato do Pontífice, foi dada de um dos balcões internos da Basilica de São Pedro, para ratificar o protesto de seus antecessores contra a tomada de Roma pelas tropas revolucionárias.
Um “cura rural”, não habituado às pompas do Vaticano nem ao trato com os grandes, pensavam os embaixadores e enviados de Potências estrangeiras. Não foi a impressão que Pio X deixou após a primeira audiência geral, quando o representante da Prússia, exprimindo o pensamento dos demais diplomatas, perguntou a Mons. Merry del Val, Secretário de Estado interino, ao sair da Sala do Trono: "Diga-nos, Monsenhor, que há nesse homem que tanto atrai? Um Santo –– dirá esse eclesiástico, posteriormente, quando já elevado a Cardeal, e que haveria de ter papel tão importante nesse Pontificado –– porque ele é um homem de Deus”.(1)
Para o Abbé de Cigala, capelão do Conclave, “a força dos traços e a doçura do olhar, frutos de uma vida interior e fé” ardentes, faziam crer "numa ressurreição do imortal Pio IX”.(2) Mas, esclarece o Cardeal Mercier, Arcebispo de Malinas, na Bélgica: "A invencível gentileza do Santo Padre nada tinha do sentimentalismo dos fracos: Pio X era um forte ".(3)
Isso o reconheceu também o ex-chancelerdo Império alemão, o Príncipe Von Bülow: "Eu me encontrei com muitos monarcas e legisladores –– conta ao Cardeal Merry del Val, após uma entrevista –– mas raramente encontrei em algum deles uma tão remarcável percepção da natureza humana ou um conhecimento como que Sua Santidade possui das forças que governam o mundo e a sociedade moderna. E, realmente, proclamará muito depois Pio XII, "com seu olhar de águia mais perspicaz e mais seguro que a curta vista dos míopes raciocinadores, via omundo tal qual era, via a missão da Igreja no mundo... e seu dever no seio de uma sociedade descristianizada... contaminada pelos erros do tempo e pela perversidade do século".(5)
Restaurar tudo em Cristo
Afirma o historiador R. Aubert que São Pio X foi essencialmente um reformador, o maior deles depois do Concílio de Trento.(6) E a reforma que ele empreendeu era bem exatamente o contrário da desejada hoje por tantos eclesiásticos para os quais reformar significa incorporar à Igreja os erros modernos. Para o Santo, reformar foi extirpar da Igreja as heresias que nela se haviam introduzido. E o já referido Cardeal Mercier se pergunta: "Se houvesse na Igreja, na época de Lutero e Calvino, um Papa da têmpera de Pio X, teria conseguido o protestantismo levar um terço da Europa ao rompimento com Roma?" (7)
O pontificado de São Pio X pode ser sintetizado no roteiro por ele traçado em sua Encíclica-Programa: "Restaurar tudo em Cristo". Essa preocupação o Pontífice já a tivera quando bispo de Mântua. E depois, quando Cardeal de Veneza, sua primeira Carta Pastoral continha, em linhas gerais, o pensamento da Encíclica.
Em síntese, diz São Pio X que a apostasia do mundo, "essa detestável e monstruosa iniqüidade... pela qual homem se substitui a Deus", manifesta uma tal "perversão dos espíritos",que é de se perguntar se já não se deu o advento do "filho da perversão". Pois, o modo com que"se lança ao ataque da religião, se investe contra os dogmas da fé, se tende obstinadamente a aniquilar toda relação do homem com a Divindade", é uma das características do Anticristo.
Para haver uma restauração, os bons devem "proclamar bem alto as verdades ensinadas pela Igreja sobre a santidade do matrimônio, educação da infãncia, posse e uso dos bens temporais, sobre os deveres dos que administram a coisa pública". Ora, se não houver verdadeiros sacerdotes, "revestidos de Cristo", isso não será possível. Portanto, deve-se proceder a uma reforma dos seminários e vigiar para que os novos sacerdotes não se deixem seduzir "pelas manobras insidiosas de uma certa ciência nova".
"No dia em que, em cada cidade, em cada aldeia, a lei do Senhor for cuidadosamente guardada... nada mais faltará para que contemplemos a restauração de todas as coisas em Cristo”. Com isso, mesmo "os interesses temporais e a prosperidade pública” também felizmente se ressentirão.(8) E ter-se-á na terra a "paz de Cristo, no Reino de Cristo".
Não cabe aqui analisar o pontificado de São Pio X, para constatar como seguiu ele à risca este programa. Só "o que foi publicado de Cartas Apostólicas, Moto Proprio, Encíclicas, e discursos, ultrapassa a casa dos 350". Se a isso se somam "os decretos das Congregações romanas e os diversos documentos emanados da Secretaria de Estado, aos quais o Papa não podia ser estranho, chega-se ao número de 3322"(9), o que torna esses onze anos de pontificado"um dos mais fecundos da História da Igreja" (10)
Basta pensar no trabalho monumental de recodificação do Direito Canônico –– que durou todo o Pontificado de São Pio X, sendo promulgado só no de Bento XV ––, na fundação do Instituto Bíblico, na reforma da Cúria Romana, na instituição da Acta Apostolicae Sedis, noticiário oficial do Vaticano, na reforma do Breviário Romano, em normas dadas para a disciplina e reforma do Clero, além de todas as medidas tomadas para facilitar a comunhão freqüente dos fiéis, antecipar a Primeira Comunhão das crianças, regulamentar a comunhão dos enfermos, elaborar adequadamente o catecismo, orientar o cântico litúrgico, etc.
o modernismo
Ao condenar o movimento Sillon –– em muitos pontos precursor do atual progressismo –– afirma São Pio X que ele "semeia... noções erradas e funestas... Para ele toda desigualdade de condição é uma injustiça ou, pelo menos, uma justiça menor! Princípio soberanamente contrário à natureza das coisas, gerador de inveja e de injustiça, subversivo de toda ordem social".(11)
Foi, entretanto, a seita modernista –– por ele qualificada de "síntese de todas as heresias" –– infiltrada no seio da Igreja, a que mais fez sofrer e mais preocupações trouxe ao Pontífice, devido à sua profunda nocividade e sutileza. Além de numerosos atos, três importantes documentos emanaram do Papa para condená-la: o Decreto Lamentabili sane exitu, de 4 de julho de 1907, que condena 65 proposições modernistas; a Encíclica Pascendi dominici gregis, de 8 de setembro do mesmo ano, a mais longa de São Pio X dada a delicadeza da matéria, na qual condena diretamente o modernismo; e, finalmente, o Motu Proprio Praestantia Scripturae sacrae,de 18 de novembro do mesmo ano.
São Pio X, elevado à honra dos altares por Pio XII, em 1954, seja o grande intercessor junto à Virgem Santíssima e a seu Divino Filho, de todos os católicos que lutam, em nossos dias, para permanecerem fiéis à Santa Igreja e à sua verdadeira doutrina.
O Santo Pontífice, que soube tão bem desmascarar e condenar o modernismo, certamente obterá abundantes graças para os fiéis de nossa época –– muito pior do que a daquela heresia. Sim, da trágica era em que vivemos, na qual, segundo expressões de Paulo VI, tem curso um misterioso processo de “autodemolição da Igreja”, tendo nEla penetrado a fumaça de Satanás”.

NOTAS

1 Cardeal Merry dei Vai, Memories of Pope Pius X, Burns Oates & Washbourne Ltd., Londres, 1939, pp. 9-10.
2. Abbé de Cigala, Vie Intime de Sa Saintité lPape Pie X, Lethielleux Editeurs, Paris, 1926, p. IX.
3. Lettre Pastorale et Mandement de Câreme de 1915, apud Merry del Val, op. cit, p. 29.
4. Merry del Val, op. cit, p. 12.

5. Breve por ocasião da Beatificação de Pio X, Documentos Pontifícios, n° 83, Vozes, 1958,2ª edição.
6. Documents relatifs au mouvement cathólique italien sous le pontificat de St. Pie X, apud Gianpaolo Romanato, Pio X: Profilo Storico, in Sulle Orme di Pio X,  Amministrazione Comunale di Salzano, 1986, p. 19.
7. Doc. cit, apud Merry del Val, op. cit, p. 27.

8. Encíclica E supremi Apostolatus, Vozes, Petrópolis, Documentos Pontifícios, nº 87, 1958,2ª edição.
9. René Bazin, da Academia Francesa, Pie X, Flammarion, Editeur, Paris, 1928, p. 65.
10. D. Benedetto Pierami, apud René Bazin, op. cit, p. 66.

11. Notre Charge Apostolique (Sobre os erros do Sillon), Vozes, Petrópolis, Doc. Pontifícios, nº 53, 1953,2ª edição.