quarta-feira, 18 de abril de 2012

BENTO XVI: A IGREJA NÃO DEVE TEMER AS PERSEGUIÇÕES QUANDO CONFIA EM DEUS E SE UNE EM ORAÇÃO


Vaticano, 18 Abr. 12 / 03:53 pm (ACI)

O Papa Bento XVI recordou que "a Igreja não deve temer as perseguições que em sua história se vê obrigada a suportar, mas, como Jesus no Getsêmani, deve confiar sempre na presença, na ajuda e na força de Deus, invocada na oração".

Ao retomar as catequeses sobre a oração na Audiência Geral de hoje, o Papa evocou o "Pequeno Pentecostes" ocorrido em um momento difícil para a Igreja nascente.

Os Atos dos Apóstolos narram que "Pedro e João acabam de sair da prisão, depois de terem sido capturados por pregar o evangelho, e se encontram com a comunidade reunida. Esta, ao escutar o ocorrido, não procura como reagir ou defender-se, nem quais medidas adotar, simplesmente reza".

O Papa explicou que "sua prece é unânime e concorde, já que o que vive um irmão corresponde a todos. Não se atemoriza, nem se desagrega, mas a sua união se fortalece, porque está sustentada pela oração. Como o Senhor no Getsêmani, confia na presença, na ajuda e na força de Deus".

O Papa explicou que "uma oração unânime e concorde de toda a comunidade, que enfrenta uma situação de perseguição por causa de Jesus porque o que vivem os dois apóstolos não afeta somente eles dois, mas toda a Igreja. Diante das perseguições padecidas por causa de Jesus, a comunidade nem se assusta nem se divide, mas está profundamente unida na oração".

Quando os crentes se vêem submetidos à provação por causa de sua fé, "a unidade, em vez de estar comprometida, se reforça, já que está sustentada por uma oração incansável", acrescentou.

O Papa recordou que antes de compreender a fundo o que aconteceu, a primeira comunidade tenta ler os acontecimentos através da fé e o faz mediante a Palavra de Deus.

São Lucas narra nos Atos dos Apóstolos que a comunidade de Jerusalém começou a recordar e invocar a grandeza e a imensidão de Deus e depois, através dos salmos, passou a reconhecer como Deus tinha atuado na história estando perto de seu povo, "demonstrando que era um Deus que se interessava pelos seres humanos que não os abandonava".

"Ao rezar, lê a Escritura à luz do Ressuscitado e compreende sua própria história dentro do projeto divino; não pede sair ileso do perigo, nem o castigo dos culpados, somente ‘valentia para anunciar’ a palavra de Deus e que Ele acompanhe este anuncio com sua mão poderosa".

Continuando, os eventos são lidos "à luz de Cristo, que também é a chave para entender a perseguição. A oposição para Jesus, sua Paixão e sua morte são relidas como atuação do projeto de Deus Pai para a salvação do mundo. Na oração, a meditação sobre as Sagradas Escrituras à luz do mistério de Cristo ajuda a ler a realidade presente no âmbito da história da salvação que Deus cumpre no mundo".

Daí que a petição que a primeira comunidade cristã de Jerusalém formula a Deus na oração "não seja a de ser defendida, nem a de salvar-se da prova nem de ter êxito, mas a de proclamar com franqueza, com liberdade, com coragem, a Palavra de Deus".

E os primeiros cristãos acrescentam que esse anúncio "esteja acompanhado da mão de Deus, para que haja curas, sinais e prodígios; quer dizer, que uma força que transforme a realidade, que mude o coração, a mente e a vida de homens e que contribua à novidade radical do Evangelho".

"Também nós devemos levar os acontecimentos da nossa vida cotidiana à nossa oração, para procurar seu significado mais profundo. E como a primeira comunidade cristã, também nós, deixando-nos iluminar pela Palavra de Deus, através da meditação da Sagrada Escritura, podemos aprender a ver que Deus está presente em nossas vidas, mesmo em tempos difíceis, e que tudo forma parte de um desenho superior de amor no qual a vitória final sobre o mal, sobre o pecado e a morte, é realmente a vitória do bem, a da graça, a da vida, a de Deus".



sexta-feira, 13 de abril de 2012

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VOTA CONTRA A VIDA E LEGALIZA O ABORTO DOS ANENCÉFALOS NO BRASIL


BRASILIA, 12 Abr. 12 / 09:33 pm (ACI)

Em uma votação que terminou com 8 votos a favor e apenas 2 contra, o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou na noite desta quinta-feira, 12, o aborto dos bebês que forem diagnosticados com anencefalia durante a gestação se este for o desejo da gestante. O julgamento foi controverso pela natureza do tema, mas também pelo fato de que alguns líderes pró-vida tenham destacado que o Supremo atuou em um campo que, na verdade, compete ao Congresso Nacional.

Esta é a opinião do coordenador do Movimento Legislação e Vida, jornalista e perito em bioética, Prof. Hermes Rodrigues Nery. Segundo ele o julgamento da ADPF-54 (recurso que legalizou o aborto dos anencefálicos) o STF praticou “ativismo judicial”, decidindo “o que não é da sua competência, mas prerrogativa do Congresso Nacional”, que reúne os representantes eleitos pelo povo brasileiro, que segundo recentes pesquisas é majoritariamente (mais de 70%) contrário ao aborto.

“Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado, pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina”, afirmou o Prof. Rodrigues Nery em um artigo enviado a ACI Digital dias antes da votação.

Os votos a favor do aborto foram proferidos pelos ministros Marco Aurélio Mello (relator da ADPF 54 e que poderia sofrer o impeachment caso o Senador José Sarney acolha o pedido da bancada pró-vida do congresso), as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, seguidas de Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

Apenas os ministros Ricardo Lewandowski e o presidente do STF Cezar Peluzo votaram a favor da vida.
O ministro Dias Toffoli se declarou impedido de votar, pois quando atuou como Advogado Geral da União, manifestou-se favorável ao aborto legal dos anencéfalos.

O presidente do STF começou seu discurso dizendo: “Este é o mais importante julgamento na história desta Corte, porque nela se tenta definir no fundo o alcance constitucional do conceito de vida e da sua tutela normativa”.

“O feto anencefalo tem vida e, ainda que breve, sua vida é constitucionalmente protegida”, defendeu o ministro.

“Ser humano é sujeito, embora não tenha ainda personalidade civil, o nascituro é anencéfalo ou não investido pelo ordenamento na garantia expressa, ainda que em termos gerais, de ter resguardados seus direitos, ente os quais se encontra a proteção da vida”.

“Não digo que isto envolva conceitos religiosos. Envolve mais do que isso. A formação cultural, o modo de ver, de ser, de cada magistrado e de cada homem e mulher que está atrás de cada toga”, explicitou o presidente do STF.

Para o ministro, o argumento de que a gestação de anencéfalo seria mais perigosa para a mãe que uma gravidez de um feto saudável "não vem ao caso, porque as hipóteses de risco a saúde da mãe já estão expressas na lei".  "Toda gravidez implica risco teórico à saúde da gestante", explicou.

Cezar Peluzo citou o caso da anencéfala Marcela de Jesus Ferreira que viveu durante um ano, oito meses e 12 dias como prova de que os anencéfalos não são natimortos, como argumentaram alguns dos ministros que votaram a favor do aborto.

“Todos os fetos anencéfalos, a não ser que estejam mortos, têm vida. Se o feto não tivesse vivo, não poderia morrer”, argumentou Cezar Peluzo.

Assim, o próprio presidente do STF admitiu que “o aborto provocado de feto anencéfalo é conduta vedada, de modo frontal, pela ordem jurídica”, e reconheceu que “esta Corte não tem poder ou competência para abolir ou atenuar o crime de aborto”.

Segundo explicou o portal de notícias G1 do grupo Globo, “a decisão, que passa a valer após a publicação no "Diário de Justiça", não considerou a sugestão de alguns ministros para que fosse recomendado ao Ministério da Saúde e ao Conselho Federal de Medicina que adotassem medidas para viabilizar o aborto nos casos de anencefalia. Também foram desconsideradas as propostas de incluir, no entendimento do Supremo, regras para a implementação da decisão”.
O voto do ministro Peluzo foi aplaudido pelo jornalista Católico Reinaldo de Azevedo que afirmou em seu blog na página da Revista Veja que “Peluzo está dizendo o óbvio, que deveria ser fundamento do humanismo: a vida humana não pode ser relativizada. É um valor “fundante e inegociável”!”, argumentou o blogger da veja que afirmou também: “Estou me sentindo plenamente representado pelo voto de Cezar Peluzo”. “Parabéns, ministro Peluzo!”, finalizou Reinaldo de Azevedo.

Reinaldo afirmou também que em breve publicará o texto do voto do ministro no seu blog apenas o obtenha na íntegra para que o texto permaneça “como uma luz em favor da vida humana”


terça-feira, 3 de abril de 2012


PESQUISADOR REABRE A DISCUSSÃO SOBRE AUTENTICIDADE DO SANTO SUDÁRIO-2ª E ÚLTIMA PARTE



Ontem aqui em nosso blog,publicamos uma matéria que foi exibida no programa fantástico da rede globo,falando sobre a autenticidade ou não do Santo Sudário. E hoje aqui em nosso blog estaremos comentando e comparando sobre a matéria baseando-se num estudo que nosso Apostolado Pessoal já estudou sobre o assunto.

Em algumas partes da reportagem,acabou-se deixando uma dúvida a respeito não só da autenticidade do Santo Sudário,como também da Sagrada Escritura.
É bom deixar claro que tudo o que está escrito na Sagrada Escritura,é a palavra de Deus autêntica e verdadeira para um Cristão e por isso não há motivo para dúvida! Já com relação ao sudário também não deve ter dúvida sobre o assunto. No Evangelho de São João diz o seguinte:

“Saiu então Pedro, e aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Ora, eles corriam ambos juntos, mas aquele outro discípulo correu mais do que Pedro, e levando-lhe a dianteira, chegou primeiro ao sepulcro. E tendo-se abaixado, viu os lençóis postos no chão, mas todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu postos no chão os lençóis, e o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas estava dobrado num lugar à parte. Então pois entrou também aquele discípulo, que havia chegado primeiro ao sepulcro: e viu, e creu”. (Jo, 20,3-8)

O que no relato do Espírito Santo, viu o apóstolo, que o fez crer? E por que “o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus” estava dobrado num lugar à parte?
Essa santa relíquia, tão distintamente mencionada na Sagrada Escritura, foi profetizada por São Bráulio na antiguidade, que seria guardada pelos apóstolos para os tempos futuros.(será que os historiadores sabiam disso) É de fato uma prova material da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nunca um objeto histórico foi tão contestado em sua autenticidade, assim como também nunca um objeto histórico foi tão cientificamente comprovado, além das próprias evidências históricas documentadas.

Muitos céticos e alguns cientistas afirmam que a ressurreição de Cristo não passa de uma armação. Isto não é verdade porque Jesus realmente ressuscitou, pois se o seu corpo houvesse sido retirado do sepulcro por seus seguidores visando a anunciar uma ressurreição, certamente isto teria sido feito levando o pano que o encobriu, pois seria muito mais fácil transportar o corpo tal e qual estava envolvido por ocasião de seu sepultamento, do que removendo o pano e todas aquelas faixas. A verdade é que Jesus subiu aos Céus e o Santo Sudário ficou com as imagens impressas de seu corpo.

“José de Arimatéia...foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo... Recebendo o corpo, José O envolveu em um lençol ainda não usado”. (Mt 27,57-61)
Nosso Senhor quando ressuscitou deixou no túmulo esse lençol.

Como é bem sabido, durante as perseguições dos primeiros séculos, as comunidades cristãs guardavam cuidadosamente as relíquias dos mártires. Segundo São Nino (306 a 337), a mulher de Pilatos teria entregado o Sudário a São Lucas e esse a São Pedro, que o guardou.

Em seu livro “A Verdade sobre o Sudário” Kenneth Stevenson, relator da STURP, diz que “As análises microqúimicas revelaram a não–existência de corantes, manchas, pós, tintas, ou instrumentos de pintura no Sudário. Foram realizados vários testes, inclusive o de fotoreflectância e o da fluorescência ultravioleta, todos eles chegando a resultados unânimes de que não havia nenhuma possibilidade de falsificação ou fraude.

 De modo particular, a fluorescência por raio-X foi considerado o melhor teste para detectar qualquer tipo de fraude, e não revelou a presença de nenhum elemento estranho que pudesse ter contribuído para a formação da figura.”(os grifos são nossos)

Em 1973, foram convidados três especialistas para estudar as fotografias tiradas do Sudário tiradas por Judica-Cordiglia em 1969. Um deles era Dr Max Frei Sulzer, renomado criminologista suíço, fundador e durante vinte e cinco anos diretor do serviço científico da Polícia de Zurique, botânico autodidata e protestante.

Frei conquistara sua reputação internacional mediante a análise de substâncias microscópicas. Trabalhou na análise de muitos crimes e acidentes importantes de repercussão mundial. Mesmo depois de aposentado, foi consultor das autoridades policiais de diversos países.

Max Frei foi educado como protestante zwingliano e estava muito distante das propensões católicas. Ainda no meio de sua pesquisa, tendo já perdido seu ceticismo inicial sobre a autenticidade do Sudário, em 8 de Março de 1976 declarou: “... A presença de polens pertencentes a não menos de seis espécies de plantas palestinas, uma da Turquia e oito espécies Mediterrâneas, nos autoriza, desde já, mesmo antes de chegarmos à identificação  completa de todos os fósseis e microfósseis, a chegar a conclusão definitiva de que o Santo Sudário não é uma falsificação.”( os grifos são nossos)

Em 1995, o Dr Mills  de Allan propôs uma “teoria de oxigênio encapsulado” para explicar o mecanismo que produziu a imagem do sudário.no seu relatório de pesquisa,publicado em Interdisciplanary Science Reviews (Revisões de Ciências Interdisciplinares) ele declara que algum mecanismo deveria ser acionado no sentido de levar em conta todos os seguintes fatos que emergiram da Análise do Sudário:

A ausência de qualquer distorção na imagem do sudário.
A ausência aparente de qualquer tipo de tinta.
A ausência de qualquer traço detectável de prata ou cromo,que apareciam necessariamente como evidência de qualquer experimentação com processos fotográficos.
A imagem encontra-se impressa num só lado do pano.
A densidade da imagem é inversamente proporcional a distância do corpo em relação ao pano.
A sensibilidade aparente da imagem aos cortes da linha utilizada na confecção do linho do sudário.


Como vimos,são muitas as evidências da autenticidade do Sudário(ao contrário um pouco do que foi exibido na matéria do fantástico)

 Colocamos só algumas aqui nesse estudo, para darmos uma pequena idéia aos nossos irmãos e irmãs do blog do Apostolado Defesa Católica.
Não precisávamos do Sudário para bradar: Jesus Cristo ressuscitou, verdadeiramente ressuscitou. A santa amada Igreja já nos ensinou isto.
No entanto, Deus nos deixou essa prova material, que quase miraculosamente foi preservada durante dois mil anos.

E uma prova material tão forte que atinge diretamente os céticos ateus e materialistas. E o ódio que ele desperta provoca ações de difamação no mundo inteiro, com apoio irrestrito de muitos setores da imprensa, que publicam qualquer artigo, por mais incompleto e parcial que ele seja.
O fato é que quanto mais se estuda, mais se comprova a autenticidade do Sudário. O que sempre nos impele a poder gritar: Jesus Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou!

Ad Majorem Dei Gloriam,

EDGAR LEANDRO DA SILVA-COORDENADOR

Fontes: Site Montfort e Livro "Católico pode e não pode e porquê?"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

PESQUISADOR REABRE A DISCUSSÃO SOBRE AUTENTICIDADE DO SANTO SUDÁRIO



A peça de pano que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo depois da crucificação, é falsa ou verdadeira?

Por Edgar Leandro da Silva


Prezados Irmãos e Irmãs,do Blog do Apostolado Defesa Católica,Pax Domini!
Apesar de eu ter dito que o nosso blog só ia postar,neste mês de abril falando a respeito de nossa campanha(que estar de pé!) ontem,(domingo de ramos,01/04/12)ao assistir uma reportagem do programa fantástico da Rede Globo,me chamou a atenção uma reportagem do programa sobre a autenticidade do santo sudário. Por isso,diante de tal matéria,nosso blog gostaria de se manifestar,afinal em nosso apostolado pessoal,já tivemos a oportunidade de estudar sobre tal assunto,e por isso estaremos hoje e amanhã,ou seja, em duas partes comentando sobre tal reportagem.
hoje estaremos transcrevendo a reportagem inteira que falou sobre o assunto,e amanhã estaremos comentando e comparando com o nosso estudo que já tivemos sobre o santo sudário.como sempre vale a pena conferir!


Um pesquisador especializado em história da arte mergulha em uma grande investigação e reabre a discussão sobre um dos maiores mistérios da Igreja Católica. Afinal, o Santo Sudário, a peça de pano que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo depois da crucificação, é falso ou verdadeiro?

Segundo a tradição, neste domingo, que é domingo de Ramos e marca o início da Semana Santa, é lembrado o dia em Jesus entrou em Jerusalém para passar pela paixão, morte e ressurreição. Agora nossos repórteres levam você aos locais marcados por essa história, em Jerusalém.

A Basílica do Santo Sepulcro não é um templo convencional. Lá dentro, a gente encontra dezenas de construções, capelas e altares, há pouco espaço e pouca luz. E muita gente se pergunta, como é possível que nesse lugar relativamente pequeno tenha existido uma colina, um jardim e um cemitério, como é descrito na Bíblia o lugar onde Jesus teria sido crucificado e enterrado logo depois.

Ao lado da porta de entrada, tem uma escada. Ela nos leva até o gólgota, uma colina que ficava cinco, seis metros mais acima, hoje encoberta pelas edificações do templo. Esse aqui é o lugar onde, para a maioria dos cristãos, Jesus foi pregado na cruz. Todos os dias, milhares de fieis sobem 19 degraus para conhecer o maior símbolo da fé.

“É muito difícil descrever a emoção que a gente sente. Só vindo aqui para sentir”, observa a corretora de seguros Iedna Maria de Albuquerque Silva.

Ortodoxos gregos, armênios, católicos franciscanos, sírios e etíopes cada um tem o seu pedaço da Basílica.

Os franciscanos entram no sepulcro. E a nossa câmera acompanha o momento em que eles rezam em silêncio sobre a pedra de mármore, onde Jesus teria sido sepultado. Segundo as escrituras, aqui Jesus venceu a morte no terceiro dia. A presença constante dos fiéis nesse lugar remonta aos primeiros anos da era cristã, mas a sepultura já foi destruída completamente. E, segundo os historiadores, não é possível saber se existe aqui algum pedaço de pedra original dos tempos de Jesus.

Seria esse o lugar a ressurreição de Cristo? A menos de um quilômetro dali, saindo da cidade velha pela porta de Damasco, e entrando no lado oriental de Jerusalém, chegamos ao lugar que também recebe milhares de turistas. É o Jardim da Tumba. Alguns indícios levaram estudiosos a acreditar que Cristo pode ter sido crucificado perto dessa colina, que lembra a imagem de uma caveira.

Há muitos detalhes que alimentam essa polêmica sobre a localização exata do túmulo de Jesus. Mas nada é mais importante para os cristãos do que o que está escrito nessa placa. Ele não está mais aqui. Porque ele ressuscitou.

Os evangelhos contam que no terceiro dia depois da morte de Jesus, Pedro e outro apóstolo entraram na tumba e viram jogado no chão o lençol que teria envolvido o corpo de Cristo. Seria o Santo Sudário, descoberto na Idade Média, muito depois da crucificação.

Quem defende a autenticidade do Sudário destaca, por exemplo, que a marca dos pregos está nos pulsos, e não nas mãos, como aparece nas pinturas. Se Cristo tivesse sido pregado pelas mãos, elas não aguentariam o peso do corpo e se rasgariam. Outro sinal, seria o ferimento provocado pela lança de um soldado romano, que é mencionado na Bíblia. E na cabeça, estão as marcas da coroa de espinhos, com sangue escorrendo. Um livro que está sendo lançado agora traz de volta essa grande polêmica.

Ciência e fé jamais concordaram. De acordo com os evangelhos, foi Pedro - acompanhado de outro discípulo - que encontrou o Sudário dentro do túmulo em que Jesus havia sido sepultado. Para os crentes, uma prova da ressurreição. Para os céticos, um indício de fraude.

O historiador de arte, Thomas Wesselow, que mora em Cambridge, na Inglaterra, decidiu investigar as supostas provas e os inúmeros argumentos de quem acredita e de quem nega a autenticidade do Sudário. O resultado da pesquisa que durou sete anos foi um livro de quase 500 páginas.

“Tento explicar que ele é a origem da crença na ressurreição de Cristo. E foi essa crença que deu início ao cristianismo. Eu explico no livro que o nascimento da religião cristã vem da percepção de um milagre. E atribuo essa crença ao extraordinário descobrimento de uma imagem na roupa mortuária de Jesus”, responde Wesselow.

O autor não arrisca dizer que o Sudário é prova cabal da ressurreição. Segundo ele, comprovar ou desmentir que Jesus ressuscitou não foi seu objetivo.

“Fiz questão de mostrar apenas que o Sudário foi a semente da fé. É crucial entender que naquele tempo as pessoas viam imagens como algo místico. Principalmente as imagens naturais, como sombras e reflexos. E o Sudário, por conter uma imagem, foi percebido como uma cópia viva de Jesus”.

Para os céticos, o pano teria sido forjado. Uma pintura barata, mal feita, de um suposto homem ensanguentado. Uma enganação.

Mas, no fim do século 19, ao fazer uma foto do Sudário, o fotógrafo Secondo Pia notou que a imagem aparecia em negativo. Dava para ver, principalmente o rosto, em alto relevo, de forma tri-dimensional. Mais tarde foi possível também constatar que as manchas no pano eram mesmo de sangue. A descoberta causou um rebuliço na Igreja e também na ciência.

O escritor do novo livro sobre o Sudário observa que ninguém costumava pintar com sangue na Idade Média, época em que o Sudário teria surgido. Mas, para ele, a principal prova da autenticidade do Sudário são os grão de pólen encontrados na trama do tecido: eram de plantas da região do Mar Morto. Além disso, foi detectado mofo que coincide com o encontrado ao redor de Jerusalém.

Novamente os céticos apresentaram explicações. Tanto o pólen quanto o mofo poderiam ter sido trazidos por pessoas que estiveram na Terra Santa e que depois manusearam o Sudário.

Para tentar acabar com a polêmica, em 1988, quando a igreja finalmente permitiu que fossem feitos testes de carbono 14, que permitem apontar a idade de qualquer material de origem orgânica.

Os testes foram feitos em universidades de Zurique, na Suíça, de Oxford, na Inglaterra, e do Arizona, nos Estados Unidos. Pedaços do tecido - que aliás coincide com a tecelagem típica do Oriente Médio no primeiro século da Era Cristã - foram recortados para a análise. E os três laboratórios concluíram que o Sudário é um artefato medieval. Teria sido confeccionado entre 1260 e 1390. A partir desse resultado, a Igreja passou a exibir o Sudário apenas como relíquia histórica.

Os defensores do Sudário dizem que o teste de carbono 14 pode ter falhado, porque a amostra examinada pelos cientistas teria sido um remendo feito no Sudário na Idade Média, depois que ele escapou a um incêndio. Na Itália, onde o Sudário está guardado, a repórter Ilze Scamparini também investiga o mistério dessa relíquia.

O lençol de linho, de mais quatro metros de comprimento, com a imagem de um corpo e de um rosto, que chegou à Itália há mais de 400 anos. É de propriedade da Santa Sé e fica guardado na catedral de Turim, no norte do país.

O Santo Sudário está estendido em um altar, dentro de uma longa caixa lacrada que só pode ser aberta pelo arcebispo de Turim, com a autorização do Vaticano. Dois papas já visitaram esta capela. Em 1980, João Paulo II beijou o lençol de linho que os católicos consideram uma relíquia. Em 2010, na última vez em que o Sudário foi exposto ao público, Bento XVI também esteve aqui, junto com dois milhões de fiéis.

O que ainda ajuda a alimentar o mistério é que até hoje ninguém conseguiu fazer uma reprodução exata da imagem. Os melhores resultados foram obtidos na Universidade de Pavia.

O químico Luigi Garlaschelli usou pigmentos naturais para tentar imitar as marcas impressas no pano. Pintou o corpo de um voluntário e o envolveu no lençol.

"Acho que o Sudário foi feito na metade de 1300, por um artista. reproduzindo esse procedimento, com um envelhecimento acelerado, obtivemos todas as características misteriosas do Sudário", diz ele.

O diretor do centro que coordena as pesquisas mundiais obre o Sudário, Bruno Barberis, reconhece que essa pesquisa foi bem feita. Mas afirma que, no Sudário de Turim, não há presença de óxido de ferro, o pigmento usado na experiência.

"O Sudário é moderno porque fala através de uma imagem. Pode ser um objeto importante para o homem de hoje. Que pode ver uma imagem que o ajuda a compreender o que o evangelho conta."

É possível que futuramente, novos testes possam ser feitos, mas não se sabe nem quando será exposto novamente. Verdadeiro ou falso, para a Igreja o lençol de linho è uma riqueza que pode ser exibida a qualquer momento.


Continua...

Fonte:http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1679434-15605,00-PESQUISADOR+REABRE+DISCUSSAO+SOBRE+AUTENTICIDADE+DO+SANTO+SUDARIO.html