domingo, 19 de abril de 2020

VIDA DE SANTOS: SANTO AGOSTINHO



Santo Agostinho, Doutor da Igreja, coluna inabalável da verdade

Santo Agostinho, grande Bispo e Doutor da Igreja

Um dos maiores gênios que a humanidade já produziu, denominado pelos escritores eclesiásticos Mestre da Teologia, Escudo da Fé e Flagelo dos hereges, entre outros títulos



Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354 em Tagaste, pequena cidade livre do proconsulado da Numídia, do Império Romano, ao norte da África. Seus pais, Patrício e Mônica, se bem que de honradas famílias, não eram ricos. O genitor, ainda pagão, pertenceu à cúria da cidade — assembléia dos que compunham a cúria, uma divisão político-religiosa do povo romano. Sua mãe, fervorosa cristã, criou Agostinho no temor de Deus desde os primeiros anos de sua infância. Inscreveu-o também no número dos catecúmenos.
Ainda na infância, o menino ficou gravemente enfermo e pensou-se em administrar-lhe o santo Batismo. Mas, tendo ele melhorado, foi adiada a recepção desse Sacramento, conforme costume da época.
Adolescente, afunda-se nos vícios
A brilhante inteligência de Agostinho e sua fiel memória propiciavam-lhe muita facilidade para os estudos. Esse fator inclinou seu pai, quando Agostinho terminou os estudos em Tagaste e Madaura, a pensar em mandá-lo para Cartago, a capital romana do norte da África, onde ele poderia prosseguir sua formação intelectual e chegar a reputado jurista. 

O ano que Agostinho passou, esperando que seu pai juntasse o dinheiro suficiente para isso, foi-lhe funesto. Estava na exuberância dos seus 16 anos, cheio de vida e quimeras, e perdeu-se moralmente devido à influência deletéria de maus companheiros, que levavam vida debochada. Declara ele em sua imortal obra Confissões: “Desde a adolescência, ardi em desejos de me satisfazer em coisas baixas, ousando entregar-me como animal a vários e tenebrosos amores! Desgastou-se a beleza da minha alma e apodreci aos teus olhos [ó Deus], enquanto eu agradava a mim mesmo e procurava ser agradável aos olhos dos homens”.(1)

Chegando por fim à famosa Cartago, aos 17 anos, logo se uniu à turbulenta mocidade acadêmica da cidade. Iniciou em seu curso de retórica o estudo de Virgílio, poetas e escritores latinos. Descobriu em Cícero a atração da filosofia, e a ela entregou-se com ardoroso fervor. Aos 19 anos uniu-se em ligação pecaminosa a uma donzela, com quem viverá 15 anos, só rompendo esse criminoso vínculo ao se converter. Ela lhe deu um filho, Deodato.
Aliciado pela heresia maniquéia
Em busca da vã curiosidade, “caí nas mãos de homens desvairados pela presunção, extremamente carnais e loquazes. Suas palavras traziam as armadilhas do demônio, numa mistura confusa do Teu nome com o de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo consolador”.(2) Eram os hereges maniqueus. Agostinho tornar-se-á um de seus ardentes defensores, pervertendo para a seita vários amigos católicos. Durante nove anos permanecerá em suas malhas.

No ano 375, tendo terminado seus estudos, voltou para Tagaste, onde ensinou com sucesso gramática e retórica. Como ele se obstinava na heresia, sua mãe não quis acolhê-lo em casa. Tendo porém consultado um bispo a respeito, este aconselhou-a a recebê-lo, dizendo que um filho de tantas lágrimas não podia perder-se. Entretanto, depois da morte de um amigo muito íntimo, para esquecer a dor, Agostinho voltou para Cartago, onde continuou a ensinar retórica com o mesmo brilho.

Apesar de maniqueu, Agostinho tinha muitas dúvidas a respeito do que lhe era ensinado pela seita. Mas todos lhe diziam que o “bispo” deles, Fausto, responderia maravilhosamente a todas suas objeções. Ora, em 378, Fausto foi a Cartago. Este, apesar de ter palavra fácil e verbosidade atraente, acabou por reconhecer que não tinha respostas para as indagações de Agostinho. Com isso, “o ardor que eu tivera em progredir na seita que abraçara, arrefeceu completamente logo que conheci esse homem, mas não a ponto de desligar-me radicalmente dos maniqueus.[...] Decidira contentar-me temporariamente com ela, até encontrar algo mais claro, que merecesse ser abraçado”.(3) E esse algo ele encontraria, não em Cartago, mas em Milão.


Aos 29 anos, ainda inquieto em busca da verdade pela qual aspirava, Agostinho resolveu ir para a Itália. Em Roma lecionou retórica, mas acabou trasladando-se para Milão. Lá, sua mãe passou a morar com ele.

“A leitura das Epístolas de São Paulo, a influência de sua mãe, Mônica, e do bispo de Milão, Ambrósio, levaram-no a se reaproximar dos cristãos. Como ele narra nas Confissões, depois das reviravoltas de suas hesitações ele vive um momento intenso de dilaceração interior. Tal compunção o decide a se converter”.(4) Mas esse processo de conversão durou três anos.

Enfim, na véspera da Páscoa de 387, ele é batizado por Santo Ambrósio juntamente com seu filho Deodato e vários discípulos.

Depois do batismo, Agostinho resolve voltar para a África. Em Óstia, perto de Roma, dá-se o famoso êxtase em que ele e sua mãe são arrebatados quando consideravam a vida futura. Pouco antes havia falecido seu filho, aos 15 anos de idade. E Santa Mônica logo o segue ao túmulo. “Em toda a literatura não há páginas com mais refinado sentimento do que a história de sua santa morte e a dor de Agostinho [Confissões, IX].(5)

Novamente em Tagaste, viveu retirado do mundo durante três anos, em comunidade religiosa com seus amigos, em oração, estudos e penitências.

Aclamação do povo e sacerdócio
Um dia no ano 391, em que tinha ido a Hipona — onde a fama de sua santidade e saber já havia chegado —, estava ele rezando numa igreja, quando o povo o rodeou, aclamando-o e pedindo ao bispo Valério que lhe conferisse o sacerdócio. Apesar de todos os seus protestos, ele teve que curvar-se à vontade de Deus.

A primeira coisa que Agostinho fez, quando ordenado, foi pedir ao bispo um lugar para erguer um mosteiro como o de Tagaste. Logo povoado de almas eleitas sob a direção de Agostinho, desse celeiro sairiam pelo menos 10 bispos para as dioceses vizinhas.

Apesar de não ser costume na África um sacerdote pregar estando o bispo presente, o bispo Valério incumbiu Agostinho de fazê-lo, e suas pregações tiveram sucesso imediato. Não se podia resistir à força de sua argumentação nem à unção de suas palavras. Ele combatia sobretudo o maniqueísmo, que conhecia bem. Num debate público com Fortunato, um de seus corifeus, de tal maneira o arrasou, que este teve que abandonar Hipona.


O bispo Valério, considerando o valor de Agostinho, temeu perdê-lo para outra diocese. Por isso, pediu ao Primaz de Cartago que o nomeasse seu bispo-auxiliar com direito à sucessão. Mais uma vez Agostinho teve que se curvar ante a vontade da Providência. Pouco depois, com a morte de Valério, tomou posse da direção da diocese. Mas quis que em seu palácio se observasse a regularidade religiosa, para que tivessem mais eficiência seus trabalhos apostólicos.
O santo bispo de Hipona foi um dos maiores defensores da ortodoxia em seu tempo tumultuado por heresias, combatendo-as com a palavra e com a pena. Depois dos maniqueístas, combateu as heresias dos pricilianistas e dos donatistas, tão poderosos na África, onde já haviam infectado mais de quatrocentos prelados e combatiam os fiéis católicos a ferro e fogo. Agostinho obteve auxílio do Imperador Honório para a erradicação de tão perniciosos elementos.

Combateu também as heresias dos pelagianos, dos semi-pelagianos e dos arianos, vindos com a invasão dos godos. “Enfim, Santo Agostinho não se contentou em combater os inimigos da fé e desarmar os infiéis, os hereges, os libertinos e os cismáticos. Quis trabalhar ainda mais pela Igreja, pois, além das obras polêmicas que compôs, redigiu tratados para todos os estados da vida civil e cristã. Os casados, os viúvos, as virgens, os regulares, os eclesiásticos e os leigos encontram em seus livros as mais sólidas máximas para sua conduta. [...] Traçou os preceitos da gramática para as crianças; compôs uma retórica para os oradores; explicou as categorias para os filósofos; procurou, com muito trabalho e exatidão, o que havia de mais raro na Antigüidade para os curiosos; escreveu volumes inteiros de teologia positiva para os pregadores; tratou, com uma penetração maravilhosa, os mistérios da Religião: a Trindade, as processões divinas, a Encarnação, a predestinação e a graça, para os teólogos; deixou para os místicos meditações todas de fogo e sublimes contemplações; forneceu grande quantidade de belas leis para os jurisconsultos; em uma palavra, enriqueceu a Igreja com inumeráveis escritos, armas temíveis e invencíveis para derrubar aqueles que tentassem atacá-la”.(6)

Enfim, em 430 os bárbaros vândalos invadiram o norte da África e cercaram Hipona. Consumido pela tristeza, pois via naquilo a mão de Deus que castigava, Agostinho foi vitimado por uma febre que o prostrou ao leito. Tendo sempre presente sua anterior vida pecaminosa, mandou que escrevessem na parede de seu quarto os salmos penitenciais, para os ter diante dos olhos o tempo todo, até entregar sua compungida e nobre alma a Deus, a 28 de agosto de 430.(7) Mereceu o glorioso nome de Doutor e defensor da graça, pela refutação que fez à doutrina errônea da graça, pregada pelo pelagianismo.(8) 

__________
Notas:
1. Confissões, Edições Paulinas, 2a edição,1984, Livro II, 1, p. 43.
2. Id., Livro III, 6, p. 65.
3. Id., Livro V, 13, p. 116.
4. Encyclopédie Accueil, Données encyclopédiques, copyright © 2001 Hachette Multimédia / Hachette Livre.
5. Eugène Portalié, The Catholic Encyclopedia, Volume II, Transcribed by Dave Ofstead, Copyright © 1907 by Robert Appleton Company, Online Edition Copyright © 2003 by Kevin Knight.
6. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints d’après le Père Giry, Bloud et Barral, Paris, 1882, tomo 10º, p. 306.
7. Obra também consultada: San Agustin, obispo de Hipona, adaptado de Vidas de los Santos de Butler. Versão eletrônica das Siervas de los Corazones Traspasados de Jesús y Maria, SCTJM.
8. Pe. José Leite, S.J., Santos de Cada Dia, Editorial A.O., Braga, 1987, Santo Agostinho, 28 de agosto, tomo II, p. 600.

OBS: Os destaques são meus.

FONTE:http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/9297CFC3-D021-A9BB-BF1A2AA356A77151/mes/Agosto2004



domingo, 12 de abril de 2020

IGREJA: MENSAGEM URBI ET ORBI DO PAPA FRANCISCO PÁSCOA 2020


MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
PÁSCOA 2020
Basílica Vaticana
Domingo, 12 de abril de 2020





Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

Hoje ecoa em todo o mundo o anúncio da Igreja: «Jesus Cristo ressuscitou»; «ressuscitou verdadeiramente»! 

Como uma nova chama, se acendeu esta Boa Nova na noite: a noite dum mundo já a braços com desafios epocais e agora oprimido pela pandemia, que coloca a dura prova a nossa grande família humana. Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: «Cristo, minha esperança, ressuscitou!» (Sequência da Páscoa).

É um «contágio» diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança: «Cristo, minha esperança, ressuscitou!» Não se trata duma fórmula mágica, que faça desvanecerem-se os problemas. Não! A ressurreição de Cristo não é isso. Mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, uma vitória que não «salta» por cima do sofrimento e da morte, mas atravessa-os abrindo uma estrada no abismo, transformando o mal em bem: marca exclusiva do poder de Deus.

O Ressuscitado é o Crucificado; e não outra pessoa. Indeléveis no seu corpo glorioso, traz as chagas: feridas que se tornaram frestas de esperança. Para Ele, voltamos o nosso olhar para que sare as feridas da humanidade atribulada.

Hoje penso sobretudo em quantos foram atingidos diretamente pelo coronavírus: os doentes, os que morreram e os familiares que choram a partida dos seus queridos e por vezes sem conseguir sequer dizer-lhes o último adeus.

O Senhor da vida acolha junto de Si no seu Reino os falecidos e dê conforto e esperança a quem ainda está na prova, especialmente aos idosos e às pessoas sem ninguém. Não deixe faltar a sua consolação e os auxílios necessários a quem se encontra em condições de particular vulnerabilidade, como aqueles que trabalham nas casas de cura ou vivem nos quartéis e nas prisões.

Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incómodos que a pandemia está a causar, desde os sofrimentos físicos até aos problemas económicos.

Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. Em muitos países, não foi possível aceder a eles, mas o Senhor não nos deixou sozinhos! Permanecendo unidos na oração, temos a certeza de que Ele colocou sobre nós a sua mão (cf. Sal 139/138, 5), repetindo a cada um com veemência: Não tenhas medo! «Ressuscitei e estou contigo para sempre» (cf. Missal Romano).

Jesus, nossa Páscoa, dê força e esperança aos médicos e enfermeiros, que por todo o lado oferecem um testemunho de solicitude e amor ao próximo até ao extremo das forças e, por vezes, até ao sacrifício da própria saúde. Para eles, bem como para quantos trabalham assiduamente para garantir os serviços essenciais necessários à convivência civil, para as forças da ordem e os militares que em muitos países contribuíram para aliviar as dificuldades e tribulações da população, vai a nossa saudação afetuosa juntamente com a nossa gratidão.

Nestas semanas, alterou-se improvisamente a vida de milhões de pessoas. Para muitos, ficar em casa foi uma ocasião para refletir, parar os ritmos frenéticos da vida, permanecer com os próprios familiares e desfrutar da sua companhia. Mas, para muitos outros, é também um momento de preocupação pelo futuro que se apresenta incerto, pelo emprego que se corre o risco de perder e pelas outras consequências que acarreta a atual crise. Encorajo todas as pessoas que detêm responsabilidades políticas a trabalhar ativamente em prol do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e instrumentos necessários para permitir a todos que levem uma vida digna e favorecer – logo que as circunstâncias o permitam – a retoma das atividades diárias habituais.

Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está a sofrer e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia. Jesus ressuscitado dê esperança a todos os pobres, a quantos vivem nas periferias, aos refugiados e aos sem abrigo. Não sejam deixados sozinhos estes irmãos e irmãs mais frágeis, que povoam as cidades e as periferias de todas as partes do mundo. Não lhes deixemos faltar os bens de primeira necessidade, mais difíceis de encontrar agora que muitas atividades estão encerradas, bem como os medicamentos e sobretudo a possibilidade duma assistência sanitária adequada. Em consideração das presentes circunstâncias, sejam abrandadas também as sanções internacionais que impedem os países visados de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e seja permitido a todos os Estados acudir às maiores necessidades do momento atual, reduzindo – se não mesmo perdoando – a dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas. Dentre as muitas áreas do mundo afetadas pelo coronavírus, penso de modo especial na Europa. Depois da II Guerra Mundial, este Continente pôde ressurgir graças a um espírito concreto de solidariedade, que lhe permitiu superar as rivalidades do passado. É muito urgente, sobretudo nas circunstâncias presentes, que tais rivalidades não retomem vigor; antes, pelo contrário, todos se reconheçam como parte duma única família e se apoiem mutuamente. Hoje, à sua frente, a União Europeia tem um desafio epocal, de que dependerá não apenas o futuro dela, mas também o do mundo inteiro. Não se perca esta ocasião para dar nova prova de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções inovadoras. Como alternativa, resta apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação dum regresso ao passado, com o risco de colocar a dura prova a convivência pacífica e o progresso das próximas gerações.

Este não é tempo para divisões. Cristo, nossa paz, ilumine a quantos têm responsabilidades nos conflitos, para que tenham a coragem de aderir ao apelo a um cessar-fogo global e imediato em todos os cantos do mundo. Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas. Ao contrário, seja o tempo em que finalmente se ponha termo à longa guerra que ensanguentou a amada Síria, ao conflito no Iémen e às tensões no Iraque, bem como no Líbano. Seja este o tempo em que retomem o diálogo israelitas e palestinenses para encontrar uma solução estável e duradoura que permita a ambos os povos viverem em paz. Cessem os sofrimentos da população que vive nas regiões orientais da Ucrânia. Ponha-se termo aos ataques terroristas perpetrados contra tantas pessoas inocentes em vários países da África.

Este não é tempo para o esquecimento. A crise que estamos a enfrentar não nos faça esquecer muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas. Que o Senhor da vida Se mostre próximo das populações da Ásia e da África que estão a atravessar graves crises humanitárias, como na Região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Acalente o coração das inúmeras pessoas refugiadas e deslocadas por causa de guerras, seca e carestia. Proteja os inúmeros migrantes e refugiados, muitos deles crianças, que vivem em condições insuportáveis, especialmente na Líbia e na fronteira entre a Grécia e a Turquia. E não quero esquecer a ilha de Lesbos. Faça com que na Venezuela se chegue a soluções concretas e imediatas, destinadas a permitir a ajuda internacional à população que sofre por causa da grave conjuntura política, socioeconómica e sanitária. 

Queridos irmãos e irmãs,

Verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Aquelas parecem prevalecer quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.

Com estas reflexões, gostaria de vos desejar a todos uma Páscoa feliz.

domingo, 5 de abril de 2020

COMENTÁRIOS: COMO FAZER EXAME DE CONSCIÊNCIA?




Por Edgar Leandro da Silva e Justiciano

Prezados Amigos e Amigas, Salve Maria. 

Recebi de um amigo, um artigo que fala sobre a importância de como devemos e podemos fazer um bom exame de consciência e assim possamos nos confessar bem.

achei importante postar aqui sobre o assunto com a devida autorização do mesmo, tendo em vista que muitos Católicos hoje terem justamente esta dificuldade de fazer um devido exame de consciência. Acredito que este artigo irá ajudar a todos aqueles(as) que tem esta dificuldade. Vale a pena conferir!


Antes da confissão


Como fazer o exame de consciência? Muitos encontram dificuldades para fazê-lo, assim, apresentarei abaixo um esquema que pode ajudar, faça essas perguntas a si mesmo, e responda com sinceridade, se precisar anote para o momento da confissão.

Primeiro são perguntas "gerais" mais abaixo são mais "específicas".


Se vcs não podem ler tudo agora, salvem o texto, a publicação ou algo do tipo, o sacramento da confissão é extremamente importante.

1 A minha vida está realmente orientada para Deus?

2 Eu o amo verdadeiramente como filho?

3 Eu o demonstro observando fielmente o seu mandamento?

4 Deixo-me absorver excessivamente pelas coisas (dinheiro, trabalho, família...)?

5 Professo com coragem em cada ambiente a minha fé cristã?

6 Creio no amor de Deus que me guia e sustenta mesmo nos momentos difíceis da minha vida?

7 Tenho construído minha vida sobre a fé, ou tenho recorrido a formas de magias (espiritismo, supersticões, leitura de cartas e de mãos...)?

8 Nas orações me dirijo a Ele como um Pai bondoso e misericordioso?

9 Rezo somente quando preciso de ajuda, ou, frequentemente, dou graças a Deus pelos muitos sinais do seu amor?

10 Blasfemei ou dirigi palavras irrelevantes ao Senhor, a Nossa Senhora, aos Santos ou a Santa Igreja?

11 Tenho santificado os dias festivos participando ativamente da Santa Missa?

12 Cuido da minha formação cristã?

13 Dedico um pouco de tempo a leitura do evangelho?

14 Aproximo-me regularmente dos sacramentos da reconciliação e da comunhão com as devidas disposições de paz com Deus e com o próximo?

15 Os outros são para mim o próximo segundo o Evangelho?

16 Tenho respeito à vida e a liberdade dos outros, de qualquer raça, nacionalidade e cor?

17 Ajudo os mais fracos: doentes, deficientes, idosos, crianças, pobres?

18 Tenho defendido a vida dos outros, daqueles que ainda vão nascer?

19 Tenho causado, procurado, ou aconselhado o aborto?

20 Tenho julgado segundo minhas próprias convicções e falhas, pensado mal ou falado mal dos outros?

21 Tenho nutrido sentimentos de rancor, ódio, inveja ou ciúmes?

22 Deixo-me vencer facilmente pelo nervosismo, pela ira?

23 Tenho disponibilidade para perdoar?

24 Sou sincero e leal nós pensamentos, nas palavras e nas atitudes?

25 Tenho mentido, ou escondido a verdade?

26 Causei danos à honra dos outros, caluniei, ou tenho difundido fofocas sem ainda ter reparado?

27 Sou grato a Deus pelo dom da vida?

28 Tenho cuidado da minha saúde, moderando-me na comida, na bebida ou no fumo?

29 Tenho feito uso de drogas?

30 Como tem sido a minha aceitação da doença e do sofrimento?

31 Tenho protegido meus sentidos e evitado ocasiões, companhias, leituras, espetáculos ou obras que induzem ao mal?

32 Tenho sido motivo de escândalo para os outros com meu comportamento pouco modesto?

33 Sou soberbo? Obstinado? Vaidoso? Preguiçoso?

34 Sou uma pessoa de caráter ou me deixo influenciar pelas opiniões de outros?

35 Tenho tido coragem de viver e testemunhar os valores nos quais acredito (valores da fé cristã)?

Agora vem as perguntas específicas


FILHOS


- Tenho respeitado meus pais?
- Tenho me envergonhado deles porque não são suficientemente ricos ou cultos?
- Tenho me recusado a prestar-lhes a devida ajuda?
- Tenho abandonado-os sem auxíliá-los em sua velhice, na doença ou nas necessidades?


PAIS


- Tenho educado meus filhos no amor de Deus e no amor ao próximo?
- Tenho os orientado com exemplos e palavras?
- Sou capaz de corrigi-los com amor e ao mesmo com firmeza?
-Preocupo-me com a formação religiosa e civil deles?
- Tenho respeitado suas justas exigências e justa autonomia?
- Sei dialogar com eles?

CASAIS


- As relações com minha/meu mulher/marido são fundamentadas no respeito mútuo?
- Existe sempre abertura generosa à vida?
- Tenho traído a fidelidade conjugal?
- Sou atento às necessidades de minha/meu mulher/marido compartilhando com ela/ele alegrias e dores, projetos e preocupações, seguindo os preceitos da fé, e a vontade que Deus para o casamento?

NAMORADOS/NOIVOS


- Preparo-me seriamente para formar uma família cristã?
- Pequei contra a castidade com pensamentos, desejos, propósitos, palavras e atos?
- Sou fiel a minha noiva/ao meu noivo?
- Tive relações sexuais antes do casamento?
- Convivo ou tenho plano de viver com meu noivo/ minha noiva, mesmo se por pouco tempo, sem estar casada(o) com ele/ela na Igreja?

COMPROMISSOS RELIGIOSOS


- Participo da vida do bairro e da paróquia ou limito-me somente a criticar o trabalho dos outros?
- Dou a minha contribuição em favor das missões ou dia necessitados em geral?
- Aceito com alegria as normas de jejum e penitência em reparação dos meus pecados?
- Respeito as autoridades e obedeço às normas religiosas, familiares, escolares e sócias?

COMPROMISSOS SOCIAIS


- Sou honesto no meu trabalho?
- Tenho roubado?
- Tenho descuidado de restituir ou de reparar danos?
- Tenho respeitado os acordos estabelecidos com os outros?
- Tenho trabalhado pelos direitos dos outros e por uma sociedade mais justa?
- Tomo como desculpa: " todos fazem assim", para não pagar impostos, para me aproveitar das estruturas públicas, das recomendações, gorjetas e subornos?
- Sirvo-me da desonestidade dos outros para justificar a minha?
- Aproveito-me do cargo que ocupo para causar sofrimentos, ameaças ou extorsões?
- Ponho em perigo a vida dos outros dirigindo de maneira errada, imprudente, arriscada?
- Respeito o meio ambiente e as leis que regulam a convivência civil?

Tentei listar as principais perguntas que geram pecados, se eu fosse listar de todos os pecados do mundo, seria uma lista sem fim, portanto, tentei listas os principais.

"Felizes os que choram, porque serão consolados."
"Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino do Céu."

Mais tarde e nos próximos dias postarei outras coisas sobre confissão, como se confessar, o que fazer durante e após, e a importância da confissão.
Desculpem eventuais erros de ortografia.
Espero ter ajudado , caso alguém tenha alguma dúvida, pode perguntar no post que responderei, se eu não souber, vou pesquisar para lhe ajudar, fiquem com Deus, Salve Maria!

FONTES: Catecismo Maior de São Pio X;
Livro: Confessar-se como e porque? Monsenhor Jonas Abib.