Prezados Irmãos e Irmãs, Salve Maria.
Dando inicio a este mês da Bíblia, neste ano o nosso Apostolado irá abordar a respeito do Livro do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia Sagrada.
A Palavra Gênesis vem do grego (génesis – γένεσις), que significa origem, nascimento, princípio ou começo.
E para começar, iremos abordar neste artigo,
um pouco a respeito das duas narrativas que contém neste livro sobre a Criação.
A Igreja Católica
compreende as duas narrativas da criação (Gn 1,1–2,4a e Gn 2,4b–25) como
relatos complementares, inspirados e reveladores da verdade divina, ainda que
não apresentados como textos científicos, e sim simbólicos e teológicos.
Essas
narrativas revelam, respectivamente, a dimensão objetiva do homem e a sua
subjetividade aprofundada, conforme exposto na Teologia do Corpo de São João
Paulo II.
As Duas Narrativas da Criação
Primeira narrativa (Gn 1,1–2,4a)
· Apresenta
a criação em seis dias e o descanso no sétimo.
· Destaca
Deus como Elohim, criador ordenado e majestoso.
· Revela uma definição “objetiva” do ser humano — imagem e semelhança de Deus — exercendo responsabilidade sobre a criação.
Segunda narrativa (Gn 2,4b–25)
· Apresenta uma criação moldada, onde Javé forma o homem do barro e lhe infunde o sopro vital.
·
Dá
ênfase à subjetividade humana: consciência, relações e liberdade moral.
3. Integração Teológica
· Segundo São João Paulo II, a primeira narrativa revela a vocação objetiva do homem (criado homem e mulher), enquanto a segunda ilumina a realidade subjetiva: relacionamento, liberdade e comunhão.
·
A
leitura católica destaca que ambos os relatos, embora literariamente distintos,
não se contradizem, mas se complementam, revelando a profundidade da dignidade
humana, desde sua origem divina até sua estrutura relacional.
4. Contexto Catequético e
Pedagógico
· A abordagem católica, especialmente na catequese, aproveita esses relatos para promover o cuidado com a criação, o valor da dignidade humana e o fundamento da esperança messiânica.
· Na catequese popular, costuma-se explicar que o Gênesis não tem o objetivo de narrar “como”, mas revelar “por quê” da criação — o propósito divino e o chamado humano.
·
5. A Arte como
Expressão da Fé
A arte
cristã, especialmente na tradição católica, tem sido veículo de teologia
visual. O afresco “A
Criação de Adão”, de Michelangelo, traduz poeticamente o
instante em que Deus comunica a vida ao homem — capturando, com grande força
simbólica, a união entre o divino e o humano!
O Gênesis, conforme interpretado pela Igreja Católica, oferece uma rica e complementar visão da criação: a ordem objetiva e majestosa de Deus e a profundidade subjetiva da experiência humana. Esses relatos iluminam nossa vocação de viver como imagem de Deus e em comunhão recíproca. A arte, como “A Criação de Adão”, expande essa mensagem, tornando-a visível e contemplável.
Na Próxima semana, estaremos abordando a
respeito do Pecado Original.
Ad Majorem
Dei Gloriam,
EDGAR
LEANDRO DA SILVA-COORDENADOR
FONTES: CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO: POR ONDE COMEÇO? Gênesis ou os
Evangelhos?
Segunda Catequese da Teologia do Corpo do Papa João Paulo II