domingo, 4 de agosto de 2019

COMENTÁRIOS: A PACEM IN TERRIS DE SÃO JOÃO XXIII: APOLOGIA AO LIBERALISMO RELIGIOSO E ENDOSSO AO COMUNISMO E GLOBALISMO?


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Por Edgar leandro da Silva e Joathas Bello

Prezados Amigos e Amigas,Salve Maria!

Recebi de um amigo de Nosso Apostolado Defesa Católica,em meu Whatzapp particular, o link do  seguinte texto:
A Pacem in Terris de João XXIII: apologia ao liberalismo religioso e endosso ao comunismo e globalismo que foi retirado do site que tem por nome: “Controversia Católica” do seguinte link:
Pois bem,ele enviou pra mim este texto que é um de um site Sedevacantista. A Saber: O Sedevacantismo é  a teoria  dos que pensam que os papas mais recentes,a saber os Papas do Concílio Vaticano II,não foram realmente papas.Consequentemente,a Cátedra de Pedro,não estaria ocupada e isso é expresso pela fórmula latina “sedevacante”
O Nosso Apostolado Defesa Católica,de forma alguma, pode concordar com isso,porque seria pensar que o Espírito Santo de Deus,teria deixado de guiar a Igreja a Partir de 1962(Quando o Concílio Vaticano II,foi Convocado pelo Papa,Hoje São João XXIII) o que seria um absurdo!
O texto enviado por este meu amigo,que é também Sedevacantista,o qual foi lido por mim,é na verdade um texto contraditório  e por isso com interpretações equivocadas deixando claro para o leitor,que o que ensinou o Papa São João XXIII, contradiz com a doutrina de sempre da Igreja Católica.
Este documento foi promulgado em meio a um conflito mundial,que ficou conhecido como “Guerra fria”onde as principais potências a saber, Estados Unidos e unão soviética disputava em seu campo ideológico a sua supremacia.por isso o Papa  São João XXIII, viu a necessidade em nome da Igreja,pedir a necessidade de uma cultura da paz: “Paz na terra”
Por isso,como foi um texto enviado por um amigo nosso,o qual não há necessidade de citarmos o nome dele aqui, resolvi então comentar sobre o texto do site sedevacantista,a partir de minha leitura, que foi feita desta Encíclica do Papa João XXIII  a “Pacem In terris”  recentemente  e também estarei tentando refutar baseado na lógica e no que a Igreja Católica Ensina os “argumentos contrários” do autor do site “controversia católica”
O que estiver em Itálico é o comentário do autor do site, o que estiver em negrito é o nosso comentário.Vejamos então os principais pontos:
“Ele inicia falando aos fiéis que “a paz na terra… não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus” e que esta ordem de lei está inscrita nos corações dos homens, e procede dizendo que devemos encontrar essas leis somente nos corações dos homens e não em outro lugar (cf. n. 6). Ora, uma coisa é dizer que Deus tem escrito suas leis no coração humano e outra bem diferente é dizer que essas leis não devem ser buscadas em outro lugar. Fazê-lo é esquecer os efeitos do pecado original e a função da Igreja – o primeiro permitindo o desvio dos ditames da razão e a última como guia de nossa natureza caída. Não admira, pois, que já na primeira seção da encíclica, João XXIII prossegue fazendo apologia à “comunidade mundial, cuja criação é hoje urgentemente postulada pelo bem comum universal” (n. 7). Como ele explicará na quarta seção, esta organização não é outra senão as Nações Unidas”
A “Lei inscrita no coração dos homens” de fato se opõe, ás “leis das forças e elementos irracionais do universo” Trata-se, no raciocinio, de opor a “Lei moral natural” ás “Leis da natureza física” e não de opor “coração” e “magistério” como sugere o autor. A exposição do Papa poderia ser mais completa, mas não está errada, porque é um raciocinio que quer valer-se do conceito de “Lei(moral) natural” como fundamento da comunidade política, e não indicar o meio de discernir a lei natural.
As próximas duas seções lidam com a dignidade do homem e a liberdade religiosa, ambos os temas que se tornarão basilares nos documentos do Vaticano II e na Igreja pós-Conciliar. Com respeito ao primeiro, a encíclica afirma que “se contemplarmos a dignidade da pessoa humana à luz das verdades reveladas, não poderemos deixar de tê-la em estima incomparavelmente maior. Trata-se, com efeito, de pessoas remidas pelo Sangue de Cristo, as quais com a graça se tornaram filhas e amigas de Deus, herdeiras da glória eterna” (n. 10). Ora, tudo isso é verdade, mas nada se fala sobre o fato de que o homem perde esta dignidade pelo pecado. Em vez, ele imediatamente procede discutindo os direitos do homem derivados desta dignidade, inclusive “a liberdade de prestar culto a Deus de acordo com os retos ditames da própria consciência [ad rectam conscientiae suae normam], e de professar a religião, privada e publicamente” (n. 14).

Esta Encíclica do Papa trata-se de um texto de Doutrina Social da Igreja,e não de magistério dogmático é a consideração da dignidade “Pessoal” no nº9. O Nº 10,apenas indica como essa dignidade humana deve ser mais estimada a partir do conhecimento da revelação. E bom, a dignidade pessoal não se perde, mas é diminuída pelo pecado; no limite, pode-se até dizer que é perdida no condenado. E a consideração dos direitos é precisamente em abstrato. É óbvio que um criminoso por exemplo, não tem(em ato) direito á liberdade etc.

Segue-se da inata dignidade do homem e da inata e independente autoridade de sua consciência que todos os homens são iguais. João XXIII audaciosamente declarou que “universalmente prevalece hoje a opinião de que todos os seres humanos são iguais entre si por dignidade de natureza” (n. 44). Adiante, no mesmo documento ele afirma que “realmente não pode um homem ser superior a outro por natureza, visto que todos gozam de igual dignidade natural. Segue-se daí que, sob o aspecto de dignidade natural, não há diferença alguma entre as comunidades políticas, porque cada qual é semelhante a um corpo cujos membros são as próprias pessoas.” (n. 89). Esta declaração é uma aceitação velada da legitimidade do comunismo, e não admira que o semanário comunista de Roma descreveu sua atitude “aberta” com o título “Não mais cruzadas.” Il Borghese, um jornal católico de direita, colocou-o em melhor perspectiva: “Esta política significará o fim da chiesa cattolica romana.” (43) Se alguém duvidar da atitude de João XXIII perante o comunismo, basta considerar o seu acordo com Mons. Nikodim, segundo  o qual o Concílio não seria nada crítico ao comunismo. Como disse Jean Madiran, “todos os elementos… na ‘Pacem in Terris‘ nunca foram aplicados pela hierarquia eclesiástica, salvo para o benefício do comunismo (e socialismo marxista) – nunca ao fascismo ou ao liberalismo… Não são senão uma fabricação criada para se acomodar unicamente ao comunismo.” (44 os destaques são nossos)

A declaração do Papa, não tem nada a ver com o comunismo.Até porque o papa não era favorável ao mesmo. A prova é tanta que nas “notas” desta enciclica “Pacem In terris” O Papa usa como referência a Encíclica do Papa Pio XI “Divinis Redemptoris” de 1937, que justamente condenava sobre o Comunismo! Ora, Será que o Papa João XXIII estaria se contradizendo? Acredito que o autor deste texto, não prestou atenção neste detalhe para fazer uma afirmação como esta...
 A respeito do tal acordo com o Mons. Nikodim, o autor do texto não cita em suas referências, nenhum link, nem livro a respeito do assunto...

Tendo estabelecido a igualdade e a dignidade do homem, seu direito à liberdade religiosa, e a aceitabilidade do socialismo e comunismo, retornemos à natureza da nova comunidade mundial que ele avistava. Novamente, a encíclica nos diz que ela deve ser estabelecida sob alguma autoridade pública universal dotada “de meios idôneos para alcançar com eficácia os objetivos que constituem os conteúdos concretos do bem comum universal” (n. 137). A organização que lhe parecia mais adequada para este fim não seria outra senão as Nações Unidas! Seu endosso a esta organização (descrita por alguns como “uma grande vaca alimentada pelos Estados Unidos e ordenhada pela Russia”) incluía o endosso à Declaração dos Direitos Humanos, o que foi uma “clara prova de sua visão promissora.” (45) Notemos que esta “Declaração dos Direitos Humanos” não é outra senão aquela da Revolução Francesa, a qual, como disse Cardeal Pie, “não é outra coisa senão a negação dos Direitos de Cristo.” (46)
Embora hoje, na realidade e já há algumas décadas, o papel da ONU se revele em toda a sua impiedade, e a “declaração dos direitos humanos” foi convertida numa carta relativista, não era essa a visão que se tinha na época desta encíclica.Recorde-se que,antes do Papa São João XXIII,  O Papa Pio XII já havia endossado a ONU. Seria até, mais justo dizer que todos os Papas fizeram um juízo prudencial errôneo a respeito das nações unidas desde o seu surgimento em 1947.
Um dos grandes obstáculos para a criação desta utopia mundialista sob as Nações Unidas era a desconfiança mútua: “Infelizmente, porém, reina muitas vezes entre os povos a lei do temor, que os induz a despender em armamentos fabulosas somas de dinheiro, não com o intento de agredir, como dizem – e não há motivo para não acreditarmos – mas para conjurar eventuais perigos de agressão” (n. 128). Ele recomenda, como solução deste problema, a “confiança mútua… isto requer que, em vez do critério de equilíbrio em armamentos que hoje mantém a paz, se abrace o princípio segundo o qual a verdadeira paz entre os povos não se baseia em tal equilíbrio, mas sim e exclusivamente na confiança mútua” (n. 113). Ora, esta confiança mútua era para ser estendida tanto a maçons quanto a comunistas, como se o histórico e os próprios ensinamentos de cada um não fornecesse a mais ampla evidência de que deixar o lobo no galinheiro é uma impossibilidade. O Ocidente teria que desarmar-se e abraçar seus irmãos comunistas. A guerra teria de ser abolida. E quando este sonho utópico se realizar, a harmonia da família humana será assegurada por meio da ciência e da técnica. Ora, qualquer pessoa familiarizada com São Tiago Apóstolo sabe que a Escritura ensina que as guerras nascem das paixões e da cobiça – isto é, de nossos pecados. E qualquer pessoa familiarizada com o Velho Testamento sabe claramente que existem chefes injustos e, portanto, guerras justas. Mas João XXIII tinha uma visão diferente do mundo, via um mundo onde não havia a possibilidade de uma ordem social intrinsecamente má, um mundo em que todos os homens seriam unidos e todas as diferenças resolvidas pela “confiança mútua”. (47)
Mais uma vez, isto pode ser um desejo ingênuo, uma leitura bem equivocada dos sinais dos tempos, mas a verdadeira questão é que tal desejo legítimo de paz não pode deixar de ser acompanhado da ação evangelizadora, muito mais essencial para que Cristo,”Nossa paz” possa reinar nos corações e nações, e este não é o tópico direito de um documento da Doutrina Social da Igreja.
Apesar do fato desta encíclica ter sido rapidamente superada pelas declarações ainda mais revolucionárias do Concílio, ela permanece altamente significativa. Ela claramente demonstra que os eventos no Concílio não escaparam ao controle de João XXIII, como dizem alguns; mas antes foram orquestrados por ele. Alguns dos principais erros modernistas promulgados pelo Concílio – o falso conceito de dignidade humana, a autonomia da consciência do homem, a liberdade religiosa, um falso ecumenismo, a aceitação da ideologia socialista e comunista, a opção da Igreja por uma comunidade global e a necessidade de alterar as estruturas da Igreja não foram só compartilhadas, mas de fato iniciadas pelo próprio Roncalli. Ele foi um modernista em toda extensão da palavra, sendo responsável pela subversão de uma enorme parte do Corpo Católico. (48)
É errado pensar que o Papa São João XXIII foi um modernista: “em toda extensão da palavra” O que Podemos entender é que o Papa São João XXIII, teve uma esperança imprudente no mundo de sua época, e que mesmo a sua estratégia pastoral não pôde trazer a paz que ele pretendia.
Sobre o Concílio Vaticano II, deixo claro ao autor do texto, e a quem mais interessar, que o mesmo é tão legítimo quanto os demais 20 Concílios anteriores. Além do mais, tudo o que o mesmo proclamou, deve ser aceito e crido por todos os Católicos do mundo inteiro!
Espero que esta resposta,tenha ajudado não só a nosso amigo do Apostolado,que apesar de ser sedevacantista não deixa de ser amigo deste trabalho, e a quem como ele, tem o mesmo pensamento.agradeço também em nome do Apostolado Defesa católica ao Professor Joathas Bello, por ter também ajudado nesta resposta.
Ad Majorem Dei Gloriam,
EDGAR LEANDRO DA SILVA

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