Prezados Amigos e Amigas, Salve
Maria.
Dando Sequência a este mês dedicado
a Nossa Senhora, estaremos hoje abordando aqui em Nosso Blog Defesa Católica, a
necessidade da recitação do Santo Rosário.
Muitos santos
atestam: o Rosário é a oração privada mais frutuosa e agradável que podemos
oferecer a Deus — e essa é uma verdade permanente para todos os cristãos, seja
qual for o estado de vida em que se encontrem.
Mas qual é,
nas palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort, “o segredo do Rosário”? É
a humildade e a confiança de espírito com que nos colocamos diante da toda
santa Mãe de Deus, suplicando a proteção desta que é, dentre todas as
criaturas, a mais agradável a Jesus Cristo e a que maior poder de intercessão
possui junto dEle. Como nas bodas de Caná, Ele escuta as orações dela. Como aos
pés da Cruz, Ele confia a ela o seu “discípulo amado”, e ela a ele. Nós todos,
se quisermos ser verdadeiros discípulos do Mestre Jesus, devemos ser também
filhos e herdeiros de Maria, e sondar o coração de sua oração predileta é
penetrar as profundezas de sua preciosa alma, contemplando a glória de Deus que
aí vai refletida como num espelho.
O Rosário
possui três características que fazem dele um instrumento particularmente
adequado aos cristãos que militam no mundo: ele é vocal, repetitivo e
meditativo.
1. Como oração vocal, ele dá continuidade a uma nobre
tradição, que vai desde o cântico de Moisés e os salmos de Davi até os ditados
dos Macabeus e o cântico de Simeão no Templo.
No Primeiro
Livro de Samuel, lê-se que Ana “multiplicava suas preces diante do Senhor”, de
tal modo que o sumo sacerdote Heli “observava o movimento dos seus lábios” (1,
12). Isabel, a prima de Maria, “exclamou em alta voz: ‘Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre’”, ao que Nossa Senhora respondeu,
dando início a seu cântico de louvor: “Por isso, desde agora, me proclamarão
bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que
é poderoso” (Lc 1, 42.48–49).
Cristo, Nosso
Senhor, manda que entremos em nossos quartos e rezemos com fervor a Deus,
oferecendo-nos como modelo a humildade do publicano que, de cabeça baixa e
batendo no peito, diz: “Tende piedade de mim, que sou um pecador” (cf. Mt 6, 6;
Lc 18, 13). Em outra ocasião Ele nos dá o exemplo da viúva insistente que, em
sua angústia, não cessa jamais de incomodar o juiz clamando por justiça (cf. Lc
18, 2–5). O filho pródigo da parábola cai aos pés de seu pai e confessa a sua
culpa; o homem cego na estrada para Jericó grita continuamente: “Filho de Davi,
tem piedade de mim” (cf. Lc 15, 21; Lc 18, 38).
2. A repetitividade do Rosário, por sua vez, longe de constituir um
impedimento para a concentração ou um costume medieval fora de moda, está
ligada a dois importantes aspectos da oração: a natureza da mente humana e o
modo adequado de se acercar ao Todo-poderoso.
Ao voltarmos
repetidamente aos mesmos temas elevados, nós estamos nos adequando ao nosso
modo imperfeito de conhecer as coisas (que exige, de nossa parte, que fixemos
muitas vezes olhares amorosos em objetos determinados e familiares, a fim de os
conhecermos mais perfeitamente) e também aprendendo como nos apresentarmos
diante de Deus com súplicas incansáveis, humildes, simples, básicas e naturais.
Nós vamos aprendendo novas lições a partir de coisas familiares à medida que
crescemos no amor a Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima.
Ao trazermos
sempre as mesmas palavras nos lábios, nós vamos transformando nossos hábitos de
pensamento e de linguagem. Ao nos demorarmos sobre os mesmos mistérios, nós
vamos nos tornando crianças que nunca se cansam de ouvir uma bela história, ou
amantes que nunca se cansam de demonstrar sinais de afeição mútua. Até mesmo os
serafins diante do trono de Deus cantam eternamente um hino de louvor a Ele:
“Santo, santo, santo é o Senhor, Deus dos exércitos; o céu e a terra estão
cheios de sua glória” (Is 6, 3; Ap 4, 8).
3. Esse método simples e propositalmente repetitivo de oração, que
nos faz pronunciar várias vezes a Oração do Senhor, a Saudação Angélica (que é
a Ave-Maria) e a doxologia menor (que é o “Glória ao Pai”), encoraja ainda a
meditação sobre os mistérios da nossa fé. Mas não como uma análise exaustiva,
uma representação pitoresca ou uma imersão no ambiente deles, com o desejo de
absorver-lhes a realidade. Nas palavras de João Paulo II:
O Santo
Rosário é um memorial contínuo da Redenção, em seus acontecimentos mais
importantes: a Encarnação do Verbo, sua Paixão e Morte por nós, a Páscoa que
Ele inaugurou e que será completada eternamente no céu… De fato, quando
consideramos os elementos contemplativos do Rosário, isto é, os mistérios em
torno dos quais a oração vocal se desdobra, nós somos capazes de compreender
melhor por que essa coroa de saudações angélicas foi denominada “o Saltério da
Virgem”. Assim como os Salmos lembravam o povo de Israel das maravilhas do
Êxodo e da salvação operada por Deus, chamando-o constantemente de volta à
fidelidade para com a aliança feita no Sinai, assim também o Rosário recorda
continuamente o povo da Nova Aliança dos prodígios de misericórdia que Deus
realizou pela humanidade em Cristo Jesus, chamando-o de volta à fidelidade para
com as promessas feitas no Batismo. Nós somos seu povo e Ele é nosso Deus
(L’Osservatore Romano, 11 out. 1983).
“Como os
desejos devem ser ordenados”, diz Santo Tomás de Aquino, “assim também a oração,
já que ela é expressão do desejo”. E quem poderá encontrar três orações mais
sinceras, mais transparentes, mais consoladoras ou mais profundas que o
Pai-Nosso, a Ave-Maria e o Glória?
Demorar-se
nas frases do Pai-Nosso é colocar-se sob a tutela do mais sublime dos mestres,
Jesus Cristo, Sabedoria eterna e encarnada, que ensinou essa oração a seus
discípulos. Não é no mínimo surpreendente que tanto o Catecismo do Concílio de
Trento quanto o atual organizam suas seções sobre a oração em torno da Oração Dominical.
A Ave-Maria,
por sua vez, é uma oração cheia de vida: cada linha, cada palavra contém o
silêncio do mistério, o eco da profecia, a promessa da redenção. Seu conteúdo
carrega diversos mistérios e eventos sagrados ao mesmo tempo: a Anunciação, a
Encarnação, a Visitação, o Santíssimo Nome de Jesus, a plenitude de graça em
Maria, sua intercessão por nós no Céu, os Novíssimos. De fato, a Ave-Maria é um
compêndio de toda a fé católica.
Sem
digressões teológicas, sem desperdiçar uma palavra sequer, o Glória invoca com
grandeza a Santíssima Trindade, Alfa e Ômega de todas as coisas, e insere o ato
infinitesimal de nossa oração na majestade infinita de Deus.
FONTE: O Santo Rosário e por que ele é necessário
(padrepauloricardo.org)
Sem comentários:
Enviar um comentário