IMACULADA
CONCEIÇÃO:PROVAS DA SAGRADA ESCRITURA-3ª PARTE
Não podemos falar da Igreja da Conceição,sem explicar sobre a Imaculada Conceição,por isso Hoje vamos dar continuação sobre a
Explicação,da Imaculada Conceição.e nada melhor do que provarmos pela própria
Sagrada Escritura!
Depois da queda
do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente:
"Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a
tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15). Basta um pouco de
boa-vontade para compreender de que "mulher" o texto fala. A
única mulher "cheia de graça", "bendita entre todas",
na qual a "semente" ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e
os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Conforme
esse texto, há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher
com o filho; do outro, o demônio. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada,
essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria
Santíssima teria sido, pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através
do Pecado Original. Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua
posteridade) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa
Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.
Na
saudação angélica, quando S. Gabriel diz: "Ave, cheia de graça. O
Senhor é contigo”. Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem
haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o
homem ter perdido a graça após o pecado.
A
maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o
Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome
"Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como
Deus desejou chamá-la.
Ao
mesmo tempo, a afirmação "o Senhor é convosco" abrange uma
verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da
encarnação ("é convosco"). Sendo palavras anteriores à
encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está
Deus não está o pecado. Ou seja, Nossa Senhora não tinha o "pecado
original". Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois "achaste
graça diante de Deus". Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição
para começar a da maternidade divina:
"Eis
que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de
Jesus". (Lc 1, 31).
Pela
simples leitura percebe-se a conexão estreita entre duas verdades: "Maria
será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus".
Mas, que graça
Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele?
Ora, a única graça que não existia - ou que estava "perdida" -
era a "graça original". Falar, pois, que: "Maria achou
graça" é dizer que achou a "graça original". Ora, a
"graça original" é a "Imaculada Conceição"!
Os
evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra "Cheia de Graça",
em grego: "Kecharitoménê", particípio passado de "charitóô",
de "Cháris", é empregado na Sagrada Escritura para designar a
graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente. A tradução literal
seria: "omnino Plena Caelesti gratia" ou "Ominino
gratiosa reddita": "Cheia de graça".
Ou
seja, a tradução do latim: "gratia plena" é mais perfeita do
que a palavra portuguesa: "cheia de graça". Nossa Senhora não
apenas "encontrou graça", mas estava "plena"
de Graça. Corroborando o que disse o Arcanjo logo em seguida: "O Senhor
é contigo".
Falando
à Santíssima Virgem que Ela "achara graça", o Arcanjo diz:
Maria, sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.
Também
é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o
argumento racional não é definitivo, mas corroborou com muita conveniência - e
completa harmonia - para com ele. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado
original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove
meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele
pecado. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria
havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue
materno.
S.
Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus: "Cristo,
porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais
excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo"
(Hebr 9, 11).
Que
tabernáculo é esse, "não construído por mãos humanas", por
onde "entrou" Nosso Senhor Jesus Cristo? Fica claro o milagre
operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que
Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua
onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu
amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu "tabernáculo"
que não foi "construído por mãos humanas".
Ora,
este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se
de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma
criatura.
E
esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.
Continua...