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domingo, 27 de dezembro de 2015
COMENTÁRIOS: CONTAGEM REGRESSIVA PARA OS 10 ANOS DO APOSTOLADO DEFESA CATÓLICA!
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
COMENTÁRIOS: GLORIA IN EXCELSIS DEO,CHRISTUS NATUS EST!
domingo, 13 de dezembro de 2015
VIDA DE SANTOS: SÃO VICENTE DE PAULO
- O necessário para
alimentar a comunidade durante um dia.- Quanto tens em caixa?
- Isto
quer dizer quanto?
-
Cinqüenta escudos.
- Ah,
bem! Dê-me, pois estou precisando.
E lá se
foram os cinqüenta últimos escudos, para os nobres da Lorena.
O elitista francês que desta maneira raspou a caixa da Instituição para dar o dinheiro aos nobres empobrecidos da Lorena, nasceu em Dax, próximo da Espanha, em 24 de abril de 1581. Sabe-se que São Vicente de Paulo era de família humilde, e que trilhou descalço os caminhos, cuidando dos seus animais. Sua infância é praticamente desconhecida.
Ordenado
sacerdote com 19 anos, desempenhou um papel importantíssimo na história da
Igreja na França. Em 1610, a Rainha Margarida de Valois, cuja piedade se
igualava ao mundanismo, aceitou-o entre seus conselheiros e capelães esmoleres.
Nessa época fez o propósito de dedicar o resto da vida aos necessitados,
entretendo seu amor ao próximo no Coração de Jesus Cristo e em uma profunda
devoção a Nossa Senhora, que honrava de mil maneiras por numerosas preces e
peregrinações.
Em 1615
foi atingido por uma doença que afetou seus joelhos até o final da vida.
Filipe
Emanuel de Gondi, Tenente-General do Rei nos mares do Levante, o teve comp
preceptor do primogênito. A esposa, Françoise-Margherite de Silly, era mulher
virtuosa, cujos escrúpulos faziam sofrer o confessor tanto ou mais do que a ela
própria. Quando o zeloso sacerdote se deslocava pelas numerosas terras do
General Filipe de Gondi, dava assistência às suas populações e às da
vizinhança, trocando a magnificência dos salões pela rudeza dos campos. Nelas
instituía, invariavelmente, a Confraria da Caridade.
Enquanto esteve nessa família, tomou o hábito de ver no General a Nosso Senhor, e em sua esposa Nossa Senhora. O que não o impedia de dar-lhes caritativos conselhos.
Sustentáculo da Igreja
Em 1933,
funda as Filhas da Caridade, constituída de mulheres unidas por
votos, mas sem serem religiosas. Mademoiselle le Grass, nascida Luísa de
Marillac, foi a primeira. Era o começo de uma obra que proporcionou socorro a
milhões de necessitados pelo mundo inteiro.Serviu o Santo durante um ano na
paróquia de Châtillon. Ao sair, um ano mais arde, deixou-a enlutada, o que,
aliás, ocorreu em todas as paróquias em que esteve. Todos queriam uma lembrança
sua, tendo seu chapéu sido arduamente disputado; deixou para os paroquianos
suas roupas. Só os heréticos ficaram contentes, dizendo que os habitantes de
Chântileon haviam perdido o sustentáculo e a melhor pedra da Religião católica.
No ano
seguinte, nascia a instituição Damas da Caridade, em Paris. Em
poucos meses tinha mais de cem membros, quase todos portando grandes nomes,
como a Princesa Luísa-Maria de Gonzaga (depois Rainha da Polônia), a Princesa
de Condé, as duquesas de Nemours, d'Aiguillon, de Ventadour, de Verneuil, etc.
São Vicente vivia entre nobres, entre pobres e entre santos. Conheceu Santa Luísa de Marillac como esposa do secretário das Ordens da Rainha regente, Maria de Médicis. São Francisco de Sales, segundo ele, era o homem que melhor espelhava o Filho de Deus vivendo sobre a Terra.
Reformador do clero
Poderia
parecer que a preocupação com os pobres absorvia todo o seu tempo, mas São
Vicente trabalhava também para reformar a Igreja na França. "A Igreja --
dizia ele -- vai à ruína em muitos lugares por causa da má vida dos
padres; são eles que a perdem e a destroem". Os resultados dos retiros
espirituais para os novos sacerdotes foram fundamentais para reconduzir a
classe sacerdotal ao lugar que merece na sociedade.
Os
mosteiros também receberam seu valioso auxílio, pois era amigo, ajudante e
conselheiro de reformadores de ordens monásticas. Não havia, praticamente,
reunião sobre assuntos de piedade a que não estivesse presente. Mesmo altos
personagens -- Núncios, Bispos, Magistrados -- vinham lhe submeter suas dúvidas.
Nomeado
membro do Conselho de Consciência de Luís XIII, contribuiu decisivamente para a
reforma do Episcopado, sendo sempre consultado pelo Rei nas indicações. Após a
escolha, conversava com o eleito sobre seus deveres e não o perdia de vista:
continuava seu guia e advogado.
Não foi somente reformador, mas um inovador e um criador, instituindo ousadamente as Irmãs de Caridade, sem véu, para atuar entre os doentes e mesmo entre os soldados; e também os missionários, que não são religiosos mas têm votos.
Protetor dos nobres empobrecidos
A maior parte dos nobres da Lorena havia emigrado, para não morrer de fome; sua miséria era a pior, porque não ousavam estender a mão. Ninguém os socorria, porque não eram vistos como necessitados. São Vicente tomou conhecimento dessa situação, e os socorreu. Comentou que sentia muito contentamento nisso, porque era de justiça assistir e aliviar aquela pobre nobreza, para honrar Nosso Senhor, que era muito nobre e muito pobre ao mesmo tempo. Chegou a dar-lhes o dinheiro que havia recebido para a compra de um novo cavalo, porque o seu morria de velho. Seguindo esse belo exemplo, essa nobreza fez o mesmo, durante mais de 20 anos, com os nobres que fugiram da Inglaterra e da Escócia, perseguidos por Cromwell.
Escravo da verdade
Com a
morte de Luís XIII, em 1643, voltou ao Conselho de Consciência a pedido da
Rainha regente, Ana d'Áustria. Pode-se dizer que a Igreja da França saiu
regenerada e rejuvenescida, pois ele não negligenciou nada para salvaguardar ou
restaurar o dogma, a moral e a disciplina. É lícito afirmar que nada de
importante foi feito contra o jansenismo e outras heresias na França sem sua
intervenção. Os ataques violentos, sobretudo depois de sua morte, e os
obstáculos que colocaram no processo de sua canonização, demonstram como foram
profundas as feridas que receberam os hereges.
Dispensado
do Conselho, pois Mazarino não simpatizava com São Vicente, dedicou-se ele
especialmente a defender sua obra contra as influências jansenistas, e o fez
com extremo sucesso. Os poucos que perdeu eram doentes.
Para ele, bastava que a Igreja tivesse falado. Apoiado sobre essa autoridade, dizia: "Eu tenho a verdade. Para que procurar?". A fé penetrava-o por inteiro. Tudo nele indicava um amor intenso a Deus: o calor com que falava da majestade e da santidade dEle, seu fervor durante os exercícios de piedade e até, suas genuflexões, bem como sua atitude diante do Santíssimo Sacramento.
Perfeito homem de ação
Ninguém
serviu o Rei com mais fidelidade, e a Hierarquia eclesiástica com mais
respeito, do que o simples Pe. Vicente. Possuia todas as qualidades que
caracterizam um homem de ação: iniciativa, ousadia, gênio organizativo,
prudência, bom senso, desinteresse, paciência e obstinação. Seu espírito
prático e minucioso pesava bem os prós e os contras, tanto em seu conjunto como
nos detalhes. Quando entrava por uma via, não parava, não olhava para trás; não
destruía num dia o que havia construído na véspera; nada o fazia recuar.
Incansável, vemo-lo limpar o Mediterrâneo dos piratas que o infestavam e multiplicar as negociações para realizar uma expedição afim de bombardear Alger.
Temperamento ordenado pela virtude
Sua mortificação igualava a piedade. Mostrava-se agradecido por qualquer mínimo favor: uma vela que se acendia, um livro que se lhe dava, uma porta que se lhe abria recebia de sua parte um agradecimento. E com tanta graça o fazia, que as pessoas procuravam o menor pretexto para servi-lo. Seu temperamento naturalmente bilioso e melancólico havia cedido lugar à bondade, que lembrava o doce São Francisco de Salles.
Faleceu
no dia 27 de setembro de 1660. Em
1737, 27 cardeais, centenas de Prelados, o Rei da Inglaterra, embaixadores
e a nobreza romana assistiram à solene canonização de São Vicente de
Paulo, no pontificado de Clemente XII.(os destaques são nossos)
Fonte de
referência:
Pierre
Coste, Padre da Missão -- Monsieur Vincent, le grand saint du grand
siècle -- Desclée de Brouwer et Cie., Paris, 1932.