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Prezado Diego, Salve Maria!
Antes de mais nada, agradeço pelo seu e-mail e pergunta.
A Santa Igreja sempre interpretou a passagem bíblica
do “dom de línguas” no dia de Pentecostes, como sendo a descrição da graça
recebida pelos Apóstolos de falarem línguas de outros povos sem as ter estudado
e aprendido antes, com o fim de facilitar-lhes a pregação do Evangelho. Graça
esta repetida na vida de alguns santos, como Santo Antônio de Pádua e São
Vicente Ferrer, por exemplo.
O dom de línguas, os Apóstolos o
receberam, para serem
entendidos por todos os que os ouviam. Assim, nos Atos dos Apóstolos, se conta que São
Pedro, no dia de Pentecostes, falou a uma multidão de pessoas de raças e
línguas diferentes, e todos o
entenderam.
Também um outro santo, São Francisco Xavier falava em espanhol, e os que
estavam presentes o ouviam cada um em sua língua pessoal: os árabes, em árabe;
os persas, em persa; os turcos, em turco, e assim por diante. O dom de línguas,
nesse caso, tinha utilidade, e o milagre era "audível".
Infelizmente meu caro Diego, Não todos, mas muitos
carismáticos alegam que recebem e possuem os mesmos carismas que o Espírito
Santo difundiu em larga escala no nício do Cristianismo. Entretanto, já no
tempo de São Paulo houve abusos e ilusões com falsos carismas de línguas. Por
isso São Paulo, na I carta aos Coríntios, previne os cristãos de que "o Reino
de Deus não consiste em palavras, mas em atos" (I Cor. 4, 20)
O mesmo São Paulo confirma esta ideia, pouco depois,
na mesma Primeira Carta aos Coríntios, quando adverte:
"Ainda que
eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como
um bronze que soa, ou como um címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da
profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé,
até o ponto de transportar montes, se não tivesse caridade, não sou nada" (I
Cor. 13, 1 - 2).
Não existe uma legislação da Santa Sé que verse
sobre o uso do dom de línguas. O que existe conforme foi citado acima, as
palavras de São Paulo e alguma orientação da CNBB.
Entre os dias 22 a 25 de Novembro de 1994, um
Conselho Permanente realizou a 34ª Reunião Ordinária formado por uma comissão
episcopal composta de Padres, teólogos e assessores da Renovação Carismática
onde foi revisado e reelaborado duas vezes um documento chamado: “Documento 53”
onde em seu número 62, diz o seguinte:
“62. Orar e Falar em Línguas: O Destinatário da
oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em
conversa particular com Deus. O destinatário do falar em línguas é a
comunidade. São Paulo nos ensina: “Numa assembleia prefiro dizer cinco palavras
com a minha inteligência para instruir também aos outros a dizer dez mil
palavras em línguas” (I Cor 14,19)
Como é difícil discernir, na prática, entre a
inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se
incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja
um intérprete”
A oração em línguas é algo de bom, esta é a
primeira consideração a ser feita. Ela está nas Sagradas Escrituras e foi
corroborada por São Paulo, porém, existe um problema: o dom de línguas é, ao
mesmo tempo, um carisma que está mais voltado para a santificação pessoal e uma
prática mais privada. São Paulo deixa intuir que se trata de uma realidade
pessoal, privada e, portanto, algo
inadequado para assembleias.
Espero ter ajudado,
Ad Majorem Dei Gloriam,
EDGAR LEANDRO DA SILVA
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Muito Boa sua explanação. Sobre o assunto .está bem clara que a oração em línguas faz parte da nossa oração que sobe até Deus emitindo sons que chamamos a língua dia anjos
ResponderEliminarOlá, Salve maria!
ResponderEliminarMuito Obrigado por suas palavras! Sem sombra de dúvida o Dom de Línguas é algo que deva ser exercitado, mas com cuidado e sem exibicionismo. Peço que reze pelo Nosso Apostolado Defesa Católica!
Uma ótima leitura. Só gostaria de esclarecer alguns pontos que não ficaram muito claros pra mim: A que tipo de oração o texto se refere exatamente? Teria isso algo a ver com a celebração da missa em latim, por exemplo?
ResponderEliminarSalve Maria Felipe! Depois de alguns anos, venho aqui te responder hehe mas, antes tarde do que nunca né? o texto acima, se refere á oração em línguas e não tem a ver com a celebração da Missa em Latim.
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