Prezado Paulo, Salve Maria.
Obrigado por mais uma de suas perguntas, e por sua
confiança em humilde Apostolado.
*Particularmente,*
Eu sou sim a favor a doação de orgãos! Inclusive já avisei a minha família, que
em caso de minha morte cerebral, pode sim doar todos os meus orgãos, porque afinal , o que vai interessar para Deus no
momento de minha morte, é a minha alma, não o meu corpo!
Pelo que eu saiba, a bíblia sagrada não fala nada a
respeito deste tema. Porém, você como Católico, poderia questionar *o que
a Igreja Católica ensina a este respeito.* Lembre-se que *a Bíblia é a filha da Igreja!*
Mas, sobre este assunto, a mesma *ensina
no Catecismo, nº2296*, o seguinte:
“A transplantação de órgãos é conforme à
lei moral se os perigos e riscos físicos e psíquicos, em que o doador incorre,
forem proporcionados ao bem que se procura em favor do destinatário. A doação
de órgãos após a morte é um acto nobre e meritório e deve ser encorajado como
uma manifestação de generosa solidariedade”
Justamente por ser um ato nobre e meritório, ou seja,
decorrente da virtude da caridade, ela precisa ser livre e consciente, pois não
há verdadeira doação de si sem plena liberdade, sem completa disposição de si
mesmo. Por isso o Catecismo esclarece ainda que a doção torna-se moralmente
inaceitável “Se o doador ou os seus representantes não lhes tiverem dado o seu
consentimento expresso”.
Também está claro, ademais que é “moralmente inadmissível
provocar diretamente a mutilação que leve a invalidez ou á morte de um ser
humano, ainda que isso se faça para retardar a morte de outras pessoas”. Em
outras palavras, é imoral assassinar ou abreviar a vida de outrem com o fim de
aproveitar-se de seus orgãos em beneficio de terceiros, por mais necessitados
que estejam de um transplante.
Essas são as linhas gerais do ensinamento da Igreja a
esse respeito.
“A doação de órgãos feita segundo formas eticamente
aceitáveis”, como disse com grande lucidez o Papa São João Paulo II. “merece
particular apreço”, na medida em que permite oferecer “uma possibilidade de
saúde e até de vida e doentes por vezes já sem esperança”. Por essas razões, a
técnica do transplante de órgãos deve estar a serviço da vida humana,
respeitando a integridade e a dignidade tanto do doador como do donatário,
cujos corpos estão nas mãos bondosas do único que é o Senhor da vida e da
morte.
É importante lembrar que o transplante de orgãos, é um
ato de doação, de maneira que o comércio de órgãos(que existe infelizmente) ou
membros do corpo humano é algo gravemente imoral e indigno. Doar, com efeito, é
dar algo de si. Quem doa, não se desfaz de uma “Propriedade”, de uma coisa
“anexada” ao cropo, mas dispõe de uma parte constitutiva de sua integridade
psíquica e orgânica.
Espero ter ajudado,
Ad Majorem Dei Gloriam,
EDGAR LEANDRO DA SILVA
FONTE: João Paulo II, Encíclica “Evangelium vitæ”, de 25 mar. 1995, n. 86
(AAS 87 [1995] 498).
*P.S Esta resposta poderá ser alterada*
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