domingo, 4 de dezembro de 2022

RESPOSTAS CATÓLICAS:”... O que você acha sobre doação de orgãos após a morte? O que você acha sobre isso? A sua opinião particular, e tua opinião sobre a que a bíblia fala sobre isso? Você acha isso errado? Dó pó vimos e do pó voltaremos? E aí o que você acha sobre isso sobre doação de orgãos após a morte?”

 





Prezado Paulo, Salve Maria.


Obrigado por mais uma de suas perguntas, e por sua confiança em humilde Apostolado.

 

*Particularmente,* Eu sou sim a favor a doação de orgãos! Inclusive já avisei a minha família, que em caso de minha morte cerebral, pode sim doar todos os meus orgãos, porque  afinal , o que vai interessar para Deus no momento de minha morte, é a minha alma, não o meu corpo!

 

Pelo que eu saiba, a bíblia sagrada não fala nada a respeito deste tema. Porém, você como Católico, poderia questionar *o que a Igreja Católica ensina a este respeito.*  Lembre-se que *a Bíblia é a filha da Igreja!* Mas,  sobre este assunto, a mesma *ensina no Catecismo, nº2296*, o seguinte:

 

“A transplantação de órgãos é conforme à lei moral se os perigos e riscos físicos e psíquicos, em que o doador incorre, forem proporcionados ao bem que se procura em favor do destinatário. A doação de órgãos após a morte é um acto nobre e meritório e deve ser encorajado como uma manifestação de generosa solidariedade”

 

Justamente por ser um ato nobre e meritório, ou seja, decorrente da virtude da caridade, ela precisa ser livre e consciente, pois não há verdadeira doação de si sem plena liberdade, sem completa disposição de si mesmo. Por isso o Catecismo esclarece ainda que a doção torna-se moralmente inaceitável “Se o doador ou os seus representantes não lhes tiverem dado o seu consentimento expresso”.

 

Também está claro, ademais que é “moralmente inadmissível provocar diretamente a mutilação que leve a invalidez ou á morte de um ser humano, ainda que isso se faça para retardar a morte de outras pessoas”. Em outras palavras, é imoral assassinar ou abreviar a vida de outrem com o fim de aproveitar-se de seus orgãos em beneficio de terceiros, por mais necessitados que estejam de um transplante.

 

Essas são as linhas gerais do ensinamento da Igreja a esse respeito.

 

“A doação de órgãos feita segundo formas eticamente aceitáveis”, como disse com grande lucidez o Papa São João Paulo II. “merece particular apreço”, na medida em que permite oferecer “uma possibilidade de saúde e até de vida e doentes por vezes já sem esperança”. Por essas razões, a técnica do transplante de órgãos deve estar a serviço da vida humana, respeitando a integridade e a dignidade tanto do doador como do donatário, cujos corpos estão nas mãos bondosas do único que é o Senhor da vida e da morte.

 

É importante lembrar que o transplante de orgãos, é um ato de doação, de maneira que o comércio de órgãos(que existe infelizmente) ou membros do corpo humano é algo gravemente imoral e indigno. Doar, com efeito, é dar algo de si. Quem doa, não se desfaz de uma “Propriedade”, de uma coisa “anexada” ao cropo, mas dispõe de uma parte constitutiva de sua integridade psíquica e orgânica.

 

Espero ter ajudado,

 

Ad Majorem Dei Gloriam,

 

EDGAR LEANDRO DA SILVA


FONTE: João Paulo II, Encíclica “Evangelium vitæ”, de 25 mar. 1995, n. 86 (AAS 87 [1995] 498).

 

*P.S Esta resposta poderá ser alterada*

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