Jesus instituiu a santa Igreja, seu Corpo místico, para ser, como
disse o Concílio Vaticano II, O “Sacramento Universal da Salvação”, isto é, lhe
incumbiu de levar a salvação a todos os homens e mulheres de todos os tempos e
lugares até que Ele volte na Parusia.
Para
que a Igreja pudesse, então, cumprir bem a sua missão, “o Senhor dotou os
pastores com ao carisma da infalibilidade em matéria de fé e de costumes” (cf.
Catecismo §890). No entendimento da Igreja católica esse carisma foi dado a
Pedro (cf. Mt 16,16-19) e ao colégio apostólico (Mt 18,18). São significativas
as palavras do Senhor quando enviou os Apóstolos a pregar o Evangelho no mundo
todo: “Ide, e fazei que todas as nações se tornem discípulos…” (Mt 28,19) e
lhes garantiu que: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita;
e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Portanto,
o bom fiel não deve jamais duvidar daquilo que os Pastores nos ensinam. A
Igreja tem 2000 anos, professa até hoje o mesmo Credo dos Apóstolos, e nunca
alterou a sua doutrina, pois o Espírito Santo não se contradiz. Jesus prometeu
na ultima Ceia que o Espírito Santo estaria sempre com a Igreja (cf João
14,15), relembraria a ela tudo o que Jesus ensinou (João 14,25); e lhe
ensinaria toda a verdade (João 16, 12-13). Com base nisso, não se pode
contestar os ensinamentos do Colégio Apostólico formado pelo Papa e pelos
nossos bispos.
Um dos
assuntos que sempre volta à baila é a questão do celibato dos sacerdotes. Ora,
reiteradas vezes os Papas já disseram que o celibato é fundamental na Igreja
católica, no entanto, sempre se levantam vozes no seio da Igreja o exigindo.
O Papa
Bento XVI afirmou em (25/04/2006) que o dom de si mesmo ao outro, no sacerdócio
celibatário, é “o coração do sacramento da ordem sacerdotal na Igreja e que os
que recebem este sacramento estão configurados de um modo particular a Cristo”.
Este é o ponto central da questão: Jesus Cristo optou pelo celibato para ser
totalmente disponível ao Reino de Deus, e assim deve ser o sacerdote
ministerial que participa do único Sacerdócio de Cristo.
São
Paulo recomendou o celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se
permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem”.
(1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. O Apóstolo se
refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos
filhos…).
“Quem
não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e
fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas
do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada
cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido” (1Cor 7,25-35).
Jesus
elogiou explicitamente o celibato: “Porque há eunucos que o são desde o ventre
de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a
si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder
compreender, compreenda” (Mateus 19,12).
O
último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, confirmou o celibato e o Papa
Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal “Sacramentum
Caritatis”, de 22 fev 2007.
Outro
ponto que gera dúvidas em alguns é o Concilio Vaticano II. Uns acham que os
últimos papas bloquearam as reformas pretendidas pelo Concílio; e por outro
lado, outros, muito conservadores, acham que ele prejudicou a Igreja e que lhe
abriu as portas ao modernismo e comunismo. Ora, a Igreja sempre se guiou pelos
Concílios ecumênicos (universais); foram 21 em toda a sua longa história de
dois milênios. Por meio deles a Igreja sempre eliminou as heresias e enxergou o
caminho que o Senhor lhe traçava.
Em 8 de
dezembro de 2005 o Papa Bento XVI, nos quarenta anos do encerramento do Concílio
Vaticano II, o definiu como «o maior acontecimento eclesial do século XX»
(ZENIT.org).
O Papa
João Paulo II se referiu ao último Concílio como “a Primavera da Igreja”. Sobre
a sua importância, disse o Papa em 15/10/1995:
“Na
história dos Concílios, ele reveste uma fisionomia muito singular. Nos
Concílios precedentes, com efeito, o tema e a ocasião da celebração tinham sido
dados por particulares problemas doutrinais ou pastorais. O Concílio Ecumênico
Vaticano II quis ser um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e
sobre as suas relações com o mundo. Graças ao sopro do Espírito Santo, o
Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele não marcou a
ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da inteira tradição eclesial,
para orientar os fiéis na resposta aos desafios da nossa época”.
Quem
viveu antes e depois do Concílio pode verificar a sua grandeza e importância
para a Igreja em termos de renovação espiritual, litúrgica, catequética,
missionária, etc., sem negar a sagrada tradição apostólica e o “fidei
depositum”. Quantos novos e belos Movimentos e Comunidades surgiram na Igreja
como frutos do Concílio!
Outros
ainda reivindicam mudanças mais radicais na Igreja, como a aprovação do
sacerdócio feminino, eleição de bispos por parte dos fiéis, maior participação
nas decisões do Papa, etc. Ora, é preciso dizer que a Igreja já analisou
exaustivamente esses temas e já se pronunciou várias vezes sobre os mesmos não
deixando dúvidas. O bom fiel confia na Igreja guiada pelo seu Senhor.
É bom
sempre lembrar que a Igreja não é simplesmente uma “democracia” (governo do
povo); é muito mais que isso; é uma Instituição humana, mas também divina,
confiada por Cristo a Pedro e aos Apóstolos. Vale lembrar também aqui aquela
frase do Papa João Paulo II: “A Igreja não precisa de reformadores, precisa de
santos”.
FONTE: As contestações na Igreja - Cléofas (cleofas.com.br)
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