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Papa Francisco durante a cerimônia de canonização. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensanar |
Vaticano, 15 Out. 17 / 07:36 am (ACI).- O Papa Francisco canonizou neste
domingo, 15 de outubro, na Praça de São Pedro do Vaticano, os protomártires do
Brasil André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27
companheiros, junto a outros 5 beatos.
Após escutar o Prefeito da Congregação para a Causa dos
Santos , Cardeal Angelo Amato, para que os 35 beatos fossem inscritos no livro
dos santos, procedeu-se a leitura de suas biografias e a recitação da ladainha
dos santos.
Em seguida, diante de uma Praça de São Pedro repleta de
milhares de peregrinos e enfeitada com estandartes dos novos santos, o
Pontífice leu a seguinte fórmula de canonização:
“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé
católica e incremento da vida cristã,
com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e
Paulo e a nossa, depois de termos longamente refletido, implorado várias vezes
o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado,
declaramos e definimos como Santos os Beatos: André de Soveral, Ambrósio
Francisco Ferro, Mateus Moreira e seus 27 companheiros, Cristóvão, Antônio e
João, Faustino Miguez, Angelo D’Acri, e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos,
estabelecendo que, em toda a Igreja,
sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”.
Posteriormente, durante a sua homilia, o Papa Francisco
comparou a relação da Igreja com Deus com a dos esposos. “Nosso relacionamento
com Ele não se pode limitar ao dos devotados súbditos com o rei, ao dos servos
fiéis com o patrão ou ao dos alunos diligentes com o mestre, mas é, antes de
tudo, o relacionamento da noiva amada com o noivo”.
“O Senhor deseja-nos, procura-nos e convida-nos, e não se
contenta com o nosso bom cumprimento dos deveres e a observância das suas leis,
mas quer uma verdadeira e própria comunhão de vida conosco, uma relação feita
de diálogo, confiança e perdão”, afirmou.
O Papa destacou que a vida cristã é “uma história de amor
com Deus”. Nela, “quem toma gratuitamente a iniciativa é o Senhor e nenhum de
nós pode gloriar-se de ter a exclusividade do convite: ninguém é privilegiado
relativamente aos outros, mas cada um é privilegiado diante de Deus”.
É desse “amor gratuito, terno e privilegiado” que “nasce e
renasce incessantemente a vida cristã”. O Santo Padre convidou a conservar esse
amor, por que “se se perde de vista o amor, a vida cristã torna-se estéril,
torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e
leis a respeitar sem um porquê”.
Uma das consequências de perder a consciência do amor de
Deus é a rotina, o cair em “uma vida cristã rotineira, onde nos contentamos com
a ‘normalidade’, sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta”.
A partir do Evangelho do dia, no qual se conta a parábola
do esposo que convida para seu casamento os seus amigos e familiares, mas
muitos recusaram o convite, o Pontífice adverte sobre o perigo de dar as costas
ao amor, de rechaçar o convite do esposo, o convite de Jesus Cristo.
Os convidados que recusaram o fizeram porque estavam
ocupados com suas terras, seus negócios. Francisco destacou a palavra “seu”. “É
a chave para entender o motivo da recusa”.
“De fato, os convidados não pensavam que as núpcias fossem
tristes ou chatas, mas simplesmente ‘não se importaram’: viviam distraídos com
os seus interesses, preferiam ter qualquer coisa em vez de se comprometer, como
o amor exige”.
É uma atitude egoísta a que leva se afastar do amor, “não
por malvadez, mas porque se prefere o seu: as seguranças, a autoafirmação, as
comodidades... Então reclinamo-nos nas poltronas dos lucros, dos prazeres, de
qualquer passatempo que nos faça estar um pouco alegres”.
“Mas deste modo envelhece-se depressa e mal, porque se
envelhece dentro: quando o coração não se dilata, fecha-se. E quando tudo fica
dependente do próprio eu – daquilo com que concordo, daquilo que me serve,
daquilo que pretendo –, tornamo-nos rígidos e maus”.
Diante dessa recusa, frente a essa humilhação daqueles que
foram distinguidos com o convite, o esposo segue convidando, mas desta vez,
todos aqueles que estavam nos caminhos. “Às injustiças sofridas, Deus responde
com um amor maior”.
FONTE:http://www.acidigital.com/noticias/papa-canoniza-no-vaticano-os-protomartires-do-brasil-13726/
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