BOGOTÁ, 08 Set. 17 / 11:40 am (ACI).- Em seu discurso aos bispos colombianos
no Palácio Cardinalício em Bogotá, o Papa Francisco destacou que a Igreja Católica
defende a vida desde
o ventre materno até a sua morte natural.
Antes das suas palavras, o Pontífice escutou a saudação do
Arcebispo de Bogotá, Cardeal Rubén Salazar, e do presidente da Conferência
Episcopal da Colômbia, Dom Oscar Urbina Ortega.
Dom Urbina afirmou: “Temos certeza de que com a sua voz
profética abençoará este povo colombiano e nos encorajará a continuar realizando
gestos concretos de reconciliação, perdão e misericórdia, a fim de que possamos
ser artesãos da paz que Jesus nos traz e, assim, construir juntos a nova pátria
que todos sonhamos e queremos deixar para as próximas gerações”.
O Santo
Padre, que ofereceu um longo discurso aos prelados colombianos, no qual exortou
a realizar a sua missão com amor e recordou que seus predecessores insistiram
em vários desafios “que trago no meu coração de Pastor, movido pelo desejo de
vos exortar a ser cada vez mais uma Igreja em missão”.
Francisco
disse: “Penso nas famílias colombianas, na defesa da vida desde o ventre
materno até ao seu termo natural, na praga da violência e do alcoolismo difusa
tantas vezes nas famílias, na fragilidade do vínculo matrimonial e na ausência
do pai de família com as suas trágicas consequências de insegurança e
orfandade”.
Também
se referiu aos jovens “ameaçados pelo vazio da alma e arrastados pela evasão da
droga, pelo estilo de vida fácil ou pela tentação subversiva. Penso nos
numerosos e generosos sacerdotes e no desafio de apoiá-los na opção fiel e
diária por Cristo e pela Igreja, enquanto alguns outros continuam a viver a
cômoda neutralidade de quem não opta por nada para ficar na solidão de si
mesmo”.
“Penso
nos fiéis leigos espalhados por todas as Igrejas particulares, perseverando
incansavelmente para deixar-se congregar por Deus, que é comunhão, mesmo quando
não poucos proclamam o novo dogma do egoísmo e da morte de toda a
solidariedade”.
“Penso
– prosseguiu – no esforço imenso de todos por aprofundar a fé e torná-la luz
viva para os corações e lâmpada para dar o primeiro passo”.
O Santo
Padre encorajou os bispos a conservar a serenidade e viver a humildade de Deus
e os questionou: “Que podeis oferecer de mais forte à família colombiana do que
a força humilde do Evangelho do amor generoso que une o homem e a mulher,
constituindo-os imagem da união de Cristo com a sua Igreja, transmissores e
guardiões da vida?”.
O Papa
enfatizou que “as famílias precisam saber que, em Cristo, podem tornar-se
árvores frondosas capazes de oferecer sombra, dar fruto em todas as estações do
ano, abrigar a vida entre os seus ramos”.
Francisco
também exortou os bispos a não terem “medo de levantar serenamente a voz, para
lembrar a todos que uma sociedade, que se deixe seduzir pela miragem do
narcotráfico, arrasta aquela metástase moral que mercantiliza o inferno e
semeia a corrução por toda a parte e, ao mesmo tempo, engorda os paraísos
fiscais”.
O Papa
encorajou os prelados a cuidar adequadamente dos sacerdotes, pois sobre as suas
costas “pesa frequentemente a fadiga do trabalho diário da Igreja. Encontram-se
na vanguarda, continuamente circundados de pessoas que, abatidas, procuram
neles o rosto do Pastor. As pessoas aproximam-se e batem à porta do seu
coração”.
“Eles
devem dar de comer às multidões, e o alimento de Deus não é jamais uma
propriedade da qual se possa dispor incondicionalmente”, por isso, devem vigiar
suas “raízes espirituais”.
Em
seguida, o Papa pediu não descuidar dos consagrados, pois estes homens e
mulheres são “o safanão querigmático a todo o mundanismo, sendo chamados a
queimar qualquer refluxo de valores mundanos no fogo das Bem-aventuranças
vividas sine glosa e no total abaixamento de si mesmos no serviço”.
O
Pontífice também refletiu sobre a Igreja na Amazônia e os encorajou a cuidar
dela, pois “a Colômbia não a pode amputar, sem ficar mutilada no seu rosto e na
sua alma”.
No
final de seu discurso, o Papa Francisco pediu aos
bispos que se dirigissem espiritualmente para “Nossa Senhora do Rosário de
Chiquinquirá, cuja imagem tiveram a delicadeza de trazer do seu Santuário até à
magnífica Catedral desta cidade para que também eu a pudesse contemplar”.
“Da
mesma forma que, em Chiquinquirá, Deus renovou o esplendor do rosto da sua Mãe,
assim continue a iluminar, com a sua luz celeste, o rosto deste país inteiro e
abençoe a Igreja na Colômbia com a sua benévola companhia. E os abençoo e os
agradeço por tudo o que vocês fazem. Obrigado”, concluiu.
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